CHANDAL MEIRELLES NASSER
NASSER, Chandal Meirelles. Os mil domingos. São Paulo: Massao Ohno Edior, 1985. s..p. 11,5x22 cm. Ilustrações de Marcelo Bartholomei. Col. Bibl. Antonio Miranda
Os dias
eu tiro da geladeira
(mornas segundas-feiras)
e ponho em banho-maria.
*
Meus olhos-naves
desgovernadas
não viram nada
ao olhar para o cais
(nem barco
nem marco algum)
voltaram as proas
para o mar alto
e naufragaram
em alto mar.
*
No meu cai torto
só atraca barqueiro morto
o cais meu virado
de borco
é só pra barco afogado.
*
Emergi do pesadelo
mas trouxe no meu cabelo
um punhado de sal
e entulho
pra recordar o indevido
mergulho.
NASSER, Chandal Meirelles –Posses e deserções. Florianópolis: Edições SANFONA, 1989 [folha dobrada em quatro páginas] São 14 folhetos em uma caixa de plástico) Tiragem 200 exemplares.
Ex. bibl. Antonio Miranda
3
em cima do meu piano
mantenho um plano:
prender o pé desse vento
nas cordas de um movimento.
5
Não sei pra onde vai
com essa pressa de coelho
mas vai levando meus olhos
molhados no seu espelho
7
este poema não tem palavras
para explicar
seus quatro olhos
e duas asas
um anjo míope
pousou na página?
*
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Página publicada em outubro de 2021
Página publicada em maio de 2014
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