EU QUERO SABER
Eu quero saber:
Que fim levou teu prazer...
— Por que tão funesta?!
Eu quero saber:
— Por que teu ar de alegria
não se manifesta?!
Eu quero saber:
— A razão do sofrimento
se é que a dor não presta?!
Eu quero saber:
Se é verdade que "a inocência
brilha em tua testa"!
Eu quero saber:
— Meu Deus, "que País é este"
que ninguém protesta?!
Eu quero saber:
— Das flores, risos e amores,
o que é que nos resta?!
Eu quero saber:
— Onde estão as borboletas de nossas florestas?!
Eu quero saber:
- Cadê as nossas lembranças
dos dias de festa?!
DUALISMO
— São prantos, na alegria,
que ficam,
ou risos, na tristeza,
que passaram?!
Quer sorrir, só lágrimas lhe vêm;
quer chorar, o riso aflora aos lábios.
Quer odiar, só o amor seu peito tem.
E quer pensar como pensaram os sábios.
Quer lembrar, esquece-se de tudo;
quer esquecer, lembra-se como nós.
Risos, alegrias, às vezes, são escudos
dos solitários que vivem sempre a sós.
Nem choro, nem risos, nem risos, nem prantos.
Um misto de tudo lhe leva ao encanto
das coisas bonitas que a vida nos dá.
Um misto de tudo lhe leva à tristeza
das coisas da vida que faltam beleza,
que roubam a alegria, que fazem chorar.
E pergunta a si mesmo, a sorrir de tristeza.
E pergunta a si mesmo, a chorar de alegria:
– São prantos, na alegria,
que passaram,
ou risos, na tristeza,
que ficaram?!