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Foto: http://substantivoplural.com.br/

 

NIVALDETE FERREIRA

 

Nivaldete Ferreira da Costa tem graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1977), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1997) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005), com estágio na Universidade Aberta de Lisboa, Portugal.

Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Arte e Cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura infantil, pedagogia cultural, educação, cultura e literatura infanto-juvenil; fotografia. É autora de livros de poemas (Sertania e Trapézio e outros Movimentos), literatura infantil (Psilinha Cosmo de Caramelo) paradidático (O Clubinho da Água), música didática para criança, falando sobre ecologia / água (CD com 9 músicas), teatro (Entre o Carrossel e a Lei) e romance (Memórias de Bárbara Cabarrús).

Informações coletadas do Lattes em 05/02/2020

 

 

 

 

         DA PALAVRA

Toda palavra traz em si a não-palavra
O maior silêncio está por vezes
No que se diz, contido

O que se gera no vácuo
Inexoravelmente cumpre
A lei do habitar-se nele

Dizer é querer revelar o que é
E nenhum ser será
Tão perfeitamente exprimível
Que perfeitamente exprimível
Que perfeitamente se diga

E quanta vez o dizer-se se desdiz
No escultórico trabalho
De se plasmar a ideia

E quanta vez o dizer-se se desdiz
No escultórico trabalho
De se plasmar a ideia

Dizer e não-dizer coexistem

 

                        (De   Sertania, 1979)

 

 

 

 

De   Trapézio e outros movimentos, 1994:

 

 

 

 

        SIGNOS

É preciso
Que o açúcar dos signos
arda.

Mel fervente que cura.

Que nenhum governo entre nós
Se imprima.

                                          sarda

Sobre a pele pura.

ar da

Câmara de usura
Em que me finjo mínima
Na paixão e

parda.

 

 

 

 

        ESPECTROS   

 

 

              São espectros
De anões doados
Aos lustres do mundo,
Manchas corcundas
Imitando dragas
Ciprestes loucos
Convertendo o vento,
Súmulas do Nada
Pervertendo livros...
E nem percebem
Num tijolo úmido
Meia flor nascendo
Nem que sem rugas
Velhos brinquedos morrem
De infância.

 

               

 

 

Página publicada em fevereiro de 2020


 

 

 
 
 
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