Fonte: http://www.cnagitos.com/jose_bezerra.htm
JOSÉ BEZERRA GOMES
(1911-1982)
é norte-rio-grandense, nasceu no sítio Brejuí, município de Currais Novos. O contexto ficcional de José Bezerra Gomes é a região do Seridó, a cidade de Currais Novos e as plantações de algodão, onde o autor construiu seus personagens no universo deste sertão norte-rio-grandense.
“A radicalidade de José Bezerra Gomes, com a sua atuação clandestina, de teor oswaldiano em muitos e muitos poemas, explode nos anos 40 e 50 em alguns dos momentos mais expressivos da poesia brasileira: Sempre sábado, Limite, Todos, Diálogo, Paris — e mais: Lápis, Testamento, Romaria, Seridó, Vôo, São Paulo destacam-se pela síntese em sua feitura: concentração/tensão que agencia o pólo semântico do produto. Às vezes, um só verso é suficiente para determinar a marca (estético-) semiológica da obra: Limite/ Marido e mulher.”
“Em termos cinematrográficos, o poema teria quatro planos: o primeiro focalizaria o cartaz anunciando o espetáculo; os três últimos, em ângulos diferentes, correpondendo ao segundo bloco, mostrariam o comunicado ao público. Através de montagem simples, embora rápida na parte final, em cortes sucessivos, teríamos o filme: surpresa-síntese.”
Extraídos de
A POESIA E O POEMA DO RIO GRANDE DO NORTE
de Moacy Cirne. (Natal: Fundação José Augusto,1979)
CIRCO
Hoje Hoje
grande
estréia
do grande
Circo
Tom Mix
Adiado o
espetáculo...
O palhaço
fugiu...
Aviso ao
público...
SURPRESA
Vi
minha
casa
Olhei-a
olhando
Olhei
olhando
para mim
DIÁLOGO
— Maria
—José
TODOS
Irmãos
LIMITE
Marido e mulher
SEMPRE SÁBADO
Naquele
sábado
a música
daquele
sábado
Página publicada em janeiro de 2008
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