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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

JOÃO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO

 

Nasceu no Rio Grande do Norte, em 20-8-1884. Faleceu no Rio de Janeiro em 1958(?).

OBRAS: "Casa de Cunhaum", Editado pelo Ministério da Educação e Cultura, Rio; "O Amazonas, êste esquecido", e poesias esparsas.

 

 

MELLO, Anisio.  Lira amazônica - Antologia. Vol. I       São Paulo: Edição Correio do Norte, 1970.   286 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

O REPIQUETE

 

Beijando o corpo nu das praias descobertas
E mordidas de um sol causticante de estio,
Espumando, a correr entre as ribas desertas,
Desce, turvo e veloz, num "repiquete", o rio.

 

Desce, e as vagas se vão como fauces abertas
Dum felino que sofre os aguilhões do cio,
A rugir e a tragar as searas encobertas
Que o caucheiro plantou
Sobre o solo bravio.

Benfazejo, também, ele é a grata esperança
Da nave que encalhou nas praias alvadias
E volve, no seu dorso, ao porto em segurança.

E, fator singular de dores e alegrias,
Peregrino ele espalha a procela e a bonança
Envoltas no lençol das águas erradias.

         (In "Selva" n.° 1, set. 1946 — Rio)

 

 

MEDITAÇÃO

 

Quando tanges dolente a matinas tocando,
Minh'alma, um vai de dor, com o teu carpir, anseia,
Fita os olhos no céu exul da terra e, cheia
Do teu dobre plangente, ajoelha-se rezando. . .

Morre o dia, e da noite a treva, desfraldando
O véu monumental das sombras, tudo afeia.
O sol rubro, a morrer no Ocaso o fogo ateia,
E ateiam-se em meu peito as saudades em bando.

Ouvindo-te vibrar sobre a terra vetusta,
Que a pátina do tempo fez terrosa e adusta,
No passado me quedo a pensar solitário. . .

E recordo que vens, desde remotos anos,
Com teu dobre a pungir os corações humanos,
Que escalam desta vida o sangrento Calvário.

        (In rev. "Selva" n,° 2, nov. 1946 — Rio)

 

 

O RATO CORÓ

(Isothrix histriata)

 

Este é o menor da espécie roedores
Que a rica fauna amazonense encerra;
Vive na selva e foge aos esplendores
Do sol ardente que fecunda a terra.

Quando o dia se vai, entre os rumores
Com que a mata trevosa nos aterra,
Desfere, enchendo as almas de pavores
Tremendo grito a retumbar na serra.

Assim, entre os humanos, na aparência
Grandes, os nulos, na ânsia de evidência,
Berram nas trevas da mediocridade;

Mas do valor, em face à luz fulgente,
Desaparecem lamentavelmente:
São os ratos-corós da sociedade.

         (In "Selva" n.° 3, jan. 1947 — Rio)

 

 

 

Página publicada em novembro de 2020

 

 


 

 

 
 
 
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