Francisco JUNQUILHO LOURIVAL
FRANCISCO JUNQUILHO LOURIVAL, norte-rio-grandense, nasceu em Natal, aos 27 de abril de 1895. Filho do poeta Lourival Açucena. Poeta e prosador, reside no Distrito Federal.
Bibliografia: — "Fátuos", 1914; "Redenção", 1928, 2a edição, 1935; "A Cruz de António João" (poema), duas edições em 1940, 3.a em 1944. Inéditos: "História do Recrutamento Militar no Brasil", "Mandacaru" (contos), e "Portugueses no Brasil", todos, prosa.
REZENDE, Edgar. O Brasil que os poetas cantam. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958. 460 p. 15 x 23 cm. Capa dura. Ex. bibl. Antonio Miranda
MEU CABOCLO
Caboclo ligeiro, valente, cismado, tostado do sol,
Que és destro na flecha, no tiro, no laço, na rêde e no
anzol;
Caboclo que avanças na curva enganosa dos igarapés,
Que as onças ferozes, brincando intimidas, caboclo,
quem és?
Caboclo que, em cima de um pau de jangada, por mares
além,
Navegas, cantando saudades profundas dos olhos de
alguém;
Caboclo que afrontas dos mares bravios o duro revés,
Caboclo valente, suspira o teu nome, caboclo, quem és?
Caboclo que, em plena coxilha, distante dos pagos,
ao luar,
Te soltas no lombo de um poltro rebelde, risonho, a
cantar,
E danças o samba batido ao compasso dos teus próprios
pés,
Caboclo, responde teu nome ligeiro, caboclo, quem és?...
E o forte caboclo, fitando o horizonte, responde viril:
Meu nome é o mais belo dos nomes do mundo : — Meu
nome é Brasil!
Página publicada em dezembro de 2019
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