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FAGUNDES DE MENEZES

 

João Fagundes de Menezes (Macau-RN, 28 de janeiro de 1918 – Rio de Janeiro-RJ, 08 de fevereiro de 2000) foi um contista, poeta, jornalista e advogado brasileiro.

 

Como escritor, Fagundes de Menezes distingue-se, principalmente, como contista, sendo considerado dos melhores que o Rio Grande do Norte já produziu.

Apesar de ter deixado o Rio Grande do Norte ainda muito novo, a terra potiguar está fortemente presente em sua obra, sendo que o tema central dos seus contos, em sua maioria, é o mar. Mesmo morando no Rio de Janeiro, veio, por diversas vezes, prestigiar a vida literária do Rio Grande do Norte, tendo dois de seus livros editados em Natal.

 

Passou a infância em Macau-RN, onde cursou o Primário. Mudou para o Recife onde fez os cursos ginasial e pré-jurídico. No Recife fez os três primeiros anos da Faculdade de Direito, transferindo-se depois para o Rio de Janeiro onde se bacharelou em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade Nacional de Direito (hoje Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de janeiro) em 1946.

 

Voltou novamente para o Recife, passando a ensinar em colégios, a exercer o jornalismo e a advocacia.

Biografia extraída de: wikipedia.

 

 

Veja também: FAGUNDES DE MENEZES – poesia em francês

http://www.antoniomiranda.com.br/poesie_bresilienne/fagundes_de_menezes.html

 

 

 

       SONETO DA VIAGEM IMPOSSÍVEL

 

O cais frustrou implacavelmente
todo o meu desejo de partir
tristeza cúmplice do poente
eu sinto impulsos de delinquir.

Maternal brisa sempre presente
sonho impossível de ressurgir
Estrela Vésper Lua-Crescente
delírio náutico a se extinguir.

Gastei as horas da noite longa
curvado ao mapa a traçar roteiros
desesperados para os veleiros.

Gastei as horas da noite longa
curvado ao mapa a traçar roteiros
desesperados para os veleiros.

E pela vida se prolonga
sorvo ar salgado sonho cruzeiros
entre fantasmas de marinheiros.

 

 

 

       CIDADE MORTA

        a Afonso Tanidon de Barros

 

 

 Os fantasmas desfilam nas calçadas
erguendo sobre as mãos o tempo morto
resquício de uma outra inda insepulto
transportado em galeras flamejantes.

O sol dardeja do mangue esquálido
encardidas pirâmides de sal
destroços de moinhos na planície
sem préstimo na praia as alvarengas

O rio agonizando entre as coroas
nem apitos de barcos nem miragens
canto fúnebre ecoando nas salinas.

Garças emigram, fogem andorinhas.
É preciso partir antes que a noite
povoe todas a ruas de cadáveres.

 

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2020


 

 

 
 
 
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