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ESMERALDO SIQUEIRA

 

 

Esmeraldo Homem Siqueira (Vilanova hoje chamada Pedro Velho (Rio Grande do Norte), 16 de agosto de 1908 - 20 de junho de 1987) foi um médico e escritor brasileiro.

Formou-se em Medicina pela tradicional Faculdade do Recife, em 1933. Atuou como médico nos anos 30 na região do Seridó e em Natal. No início dos anos 40 e até o final da década de 1970, trabalhou como professor de História Natural e de Língua e Literatura Francesa, respectivamente na Escola Normal e no Colégio Atheneu. Em seguida, ainda no magistério, participou da fundação das primeiras unidades da UFRN, como é o caso das Faculdades de Farmácia, Odontologia e Filosofia.

Na poesia, publicou “Caminhos Sonoros”, “Novos Poemas”, “Trovas”, “Música no Deserto”, “Pretéritas” e “Poemas do Bem e do Mal”. Fonte: wikipedia.

 

 

SIQUEIRA, Esmeraldo.   Música no deserto. (Poemas).   Rio de Janeiro: Editôra Pongetti, 1968.  179 p.  13,5x19 cm.  Col. A.M. 

 

 

 

METAFÍSICA

 

Pensemos na eternidade.

Onde está o tempo?

Por que hoje é a nossa vez?

Por que não fomos de ontem

Nem seremos de amanhã?

 

 

INCÓGNITO

 

Não estou nunca onde me veem.

Não sou eu que as vezes passo ou permaneço

Em certos lugares.

É a sombra do meu tédio

Condenada a encobrir-me a ausência.

 

 

R E D I V I V O

 

Nenhum de vós me conhece.

Já morri muitas vezes!                     ,

O que vedes em mim,

Depois de tantas mortes sucessivas,

Não sou eu, mas o egresso de mim mesmo,

Por milagre extraordinário

Da vontade consciente de viver.

Rebentei, uma a uma, as paredes do túmulo

Onde haviam tentado sepultar-me,

E apareci ao sol, completamente outro,

Reafirmando aos brados

O desejo de ser.

 

Minhas ressurreições passaram despercebidas

E ninguém duvidou de que eu fosse eu mesmo.

Não vi como nem para que provar

Aos cegos de nascença a existência da luz.

Meus amigos, eu trouxera do berço

Os estigmas negros do infortúnio.

— "Hás-de ser infeliz! hás-de ser infeliz!" —

Foi o refrão que ouvi durante anos e anos.

E realmente, fui um réprobo da sorte.

 

Vieram não sei de onde algozes misteriosos,

Arautos de sinistras potestades,

Cada um com seu suplício original.

Havia três bilhões e meio de outras almas

E era tão grande a terra!

Por que seria eu o eleito supremo,

Justamente eu, meus amigos?

Devo calar em meu próprio respeito.

Por mais que vos falasse,

Não teríeis tempo de entender-me.

Gritarei, apesar de tudo,

A plenos pulmões e em tom desafiador:

— Eu sou o liberto! eu sou o liberto!

 

 

Página publicada em abril de 2013

 


 

 

 
 
 
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