ELI CELSO
(Eli Celso de Araújo Dantas da Silveira)
Nasceu em Natal em 1960. Poeta, artistas plástico, tradutor. Formado em Física e Matemática e Mestre em Educação. Obteve vários prêmios em concursos literários locais. Doutor em Teoria Literária, UFRJ, Brasil, 2002
Professor do Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e no Mestrado em Letras da PUC;RJ. Reside no Rio de Janeiro.
O clitóris da História
Foi assim bem quando Nilsinho, 12,
vislumbrou da possibilidade
das coxas de ouro da prof3 e de os
fenícios e vikings
terem descoberto o Brasil
antes do português,
tudo ao mesmo tempo viagem.
Tudo era mesmo navegação
na sua tabuada.
Soma e subtração
davam nas coxas
multiplicadas.
E viajou as viagens.
E viu as sarças ardentes
brotando no vértice das coxas de ouro.
E escutou a própria voz de Deus.
E voltou pra casa
com o boletim vermelho.
(1995)
MEDEIROS, J., org. Geração alternativa - AnTilOGia pOÉtiCA PotIgurAR anos 70/80. Natal, RN: Amarela Edições, 1997. 340 p. 16x22 cm. Col. A.M.
EM HOMENAGEM A TERCEIRA SINFONIA
( Brahms, opus 90, em íá maior)
No começo da noite
retiro meus olhos já vermelhos e cansados
guardo-os na mesa enlevados,
com a escuridão das pálpebras, velhas conhecidas.
Os olhos solitários na mesa não sabem lamentar,
os olhos sem mim não podem chorar.
Minha face dois grandes buracos
profundos poços que dilatam a aurora e
aprisionam o sol ao meio-dia.
Eis onde carretéis sem fim puxam-me para os mares.
E, se nesse retrato remoço-me,
são os olhos que não sabem sonhar.
Página publicada em julho de 2013
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