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DORIAN GRAY CALDAS
(Natal, Rio Grande do Norte, 16 de fevereiro de 1930 - Natal, Rio Grande do Norte, 23 de janeiro de 2017) foi um artista plástico[1][2] e ensaísta brasileiro.
Atuou como assessor da secretaria estadual da cultura do Rio Grande do Norte (1967-1968) e da Fundação José Augusto (1974) e foi diretor do Teatro Alberto Maranhão (1967-1968).
Em 1989 publicou Artes Plásticas do Rio Grande do Norte 1920—1989.
POÉTICA
Arado sulcando a terra.
Cavalos soltos no pasto.
Mãos cavando a terra
antiga como um enigma.
Vê: não podes nada,
a simples folha governa
mais que tua mão.
Tem mais força,
que a lâmina afiada.
A flor contra o arado,
a flor contra a espada,
a flor contra a tua mão:
a simples flor do chão.
Vê: tua mão não pode nada,
rebenta outra flor
se pões nela a mão,
mais pura, sem ódio,
sem guerras,
simples flor,
vegetação.
(De Os signos e seu ângulo de pedra - 1976)
POESIA SEMPRE - ANO 9 – NÚMERO 15 – NOVEMBRO 2001. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2001. 243 p. ilus. col. Editor Geral: Marco Lucchesi. Ex.bibl. Antonio Miranda
Cavaleiros
em sete cavalos negros
vão levar a notícia
da sentença de Miguelino.
Nos sete cavalos negros,
sete cavaleiros
cavalgam noite e dia
pelos montes,
pelas serras,
pelas matas,
vão levar
a notícia
da morte
próxima chegada
de Miguelino.
Sete cavaleiros negros
sem rosto, sem nome
apontam suas armas
gritam suas notícias.
Espalham os favores
do Reino
e a piedade
para com os prisioneiros.
São espectros
são vassalos
do mesmo crime.
Sete cavaleiros
sem nome
noite e dia cavalgam
errantes
nesses montes.
Página publicada em fevereiro de 2019
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