DAVID DE MEDEIROS LEITE 
                        
                         
                       
                      David de Medeiros Leite nasceu em 17 de junho de 1966, em  Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. É bacharel em administração e em direito. Possui  pós-graduação em   administração. Advogado e professor da Universidade Estadual  do Rio Grande do Norte.  
                        
                    O poema foi publicado em LITERATURA – Revista do Escritor  Brasileiro, Ano XVI, Nov. 2006/ Abr. 2007, N. 33, editada pelo contista, poeta  e crítico Nilton Maciel.  
                        
                        
                      TEXTOS  EM PORTUGUÊS  - TEXTOS EN ESPAÑOL  
                      
  
                      MULHERES  DO RIO DO FOGO  
                        
                      Existe um encontro diário entre o mar  
                      E as mulheres do Rio do Fogo.  
                      O mar oferece algas marinhas,  
                      as mulheres as buscam na praia.  
                        
                      Pela praia, elas seguem catando  
                      as algas e cantando mágoas.  
                      O mar responde  
                      com o murmúrio das ondas.  
                        
                      A música delas fala da vida,  
                      de seus problemas e dilemas.  
                      A sinfonia do mar é acalanto.  
                        
                      As algas são importantes para as mulheres.  
                      As mulheres são vitais para o mar.  
                      Dia após dia, maré após maré,  
                      o mar não descansa,  
                      e as mulheres não cansam.  
                        
                      As mulheres tiram  
                      das águas seus sustentos.  
                      O mar recebe, em troca,  
                      a companhia amiga. 
                        
                      Algumas esperam, na mesma praia,  
                      que o mar Devolva seus companheiros.  
                      E eles voltam, crestados pelo sol.  
                      com peixes e saudades.  
                        
                      Chamam-nas “marisqueiras”. 
                      Marisqueiras da praia do Rio do Fogo. 
                        
                      Mas, em verdade, em verdade, 
                      elas são mulheres! Mulheres valentes! 
                      Mulheres do Mar, do Rio, do Fogo.   
                      
                        
                      TEXTOS  EM PORTUGUÊS  - TEXTOS EN ESPAÑOL 
                        
                      
                        
                      
                      LEITE, David  de Medeiros.  Incerto caminhar. Ilustrações Brito  Silva.  2ª. ed.  Mossoró, RN: Sarau das Letras, 2012.   112 p. 13x20,5 cm.   ilus.  Capa:  Augusto Paiva.  Edição bilíngue português  – Español.  Col. A.M.   
                      
                        
                      Incerto caminhar 
                        
                        
                      Na  mesma estrada longa e sinuosa/  
                      seguindo  por estorvos, descaminhos  
                      -  ao lado a companhia generosa -,  
                      agruras  transformadas em carinhos. 
                        
                      A  estrada/ que se faz ida e retorno,  
                      transporta  realidade e desvario.  
                      Há  vida no seu leito e em seu entorno,  
                      assim  como no curso de algum rio. 
                        
                      Também  há o andarilho solitário,  
                      disperso  em seu mundo sempre errante,  
                      sem  data, sem agenda, sem horário. 
                        
                      A  estrada é esta vontade de chegar... 
                    E  é o passo que transforma a todo instante 
                      a  vida num incerto caminhar. 
                        
                        
                        
                      Incierto  caminar 
                        
                      En  la misma carretera larga y sinuosa,  
                      salvando  estorbos y dificultades,  
                      -  al lado la compañía generosa -  
                      amarguras  transformadas en cariños. 
                        
                      La  carretera, que se hace ida y retorno,  
                      transporta  realidad y desvarío.  
                      Hay  vida en su cauce y en su entorno,  
                      así  como en el curso de un río, 
                        
                      También  está el caminante solitario,  
                      absorto  en su mundo siempre errante,  
                      sin  fecha, sin agenda, sin horario. 
                        
                      La  carretera es esta voluntad de llegar...  
                    Y  es el paso que transforma a todo instante  
                      la  vida en un incierto caminar. 
                        
                        
                        
                      Alpendre 
                        
                      Manhã  cedo,  
                      o  sol preguiçoso. 
                        
                      À  tarde, 
                      a  visita e o cheiro 
                      (gostoso) 
                      do  café coando. 
                        
                      À  noite, 
                    o  namoro casamenteiro 
                      alumiado  por vaga-lumes. 
                        
                        
                      Soportal 
                        
                      Por  la mañana temprano,  
                      el  sol perezoso. 
                        
                      Por  la tarde, 
                      la  visita y el olor 
                      (placentero) 
                      del  café recién hecho. 
                        
                      Por  la noche, 
                    el  encuentro de los prometidos 
                      alumbrados  por las luciérnagas. 
                        
                        
                        
                      Empedernir 
                        
                      Escuto  a pancada do bate-estaca,  
                      sinto  a cadência do coração.  
                      Alicerces  díspares  
                      petrificam  sentimentos,  
                      sedimentam  pensamentos. 
                        
                      Amálgama  de sangue, cimento,  
                      calcário  e sofrimento.  
                      Mistura  de dores, artefatos/  
                      sonhos  e mosaicos.  
                    Tijolos,  ilusões.  
                      Construções.  
                        Desabamentos. 
                        
                        
                        
                      Endurecerse 
                        
                      Escucho  el golpe del martillo,  
                      siento  la cadencia del corazón.  
                      Cimientos  dispares  
                      petrifican  impresiones,  
                      sedimentan  pensamientos. 
                        
                      Amalgama  de sangre, cemento, 
                      cal  y sufrimiento. 
                      Mezcla  de dolores, artefactos, 
                      sueños  y mosaicos. 
                      Ladrillos,  ilusiones. 
                      Construcciones. 
                      Desmoronamientos. 
                        
                      Recebeu  a 9ª.Colocação na Menção Honrosa aos participantes expoentes do CONCURSO  SARAU BRASIL 2016.  
                        
                      
                      ANTOLOGIA POÉTICA.  Sarau Brasil 2016. Concurso Nacional de Novos  Poetas.  Organização  e apresentação Isaac Almeida Ramos.   Cabedelo,  Paraíba: VIVARA Editora Nacional, 2016.   (Série Novos  
                        Poetas no. 19.   446 p.     ISBN 978-85-920158-2-1 
                        Ex. bibl. Antonio Miranda  
                        
                      Escrutínio 
                        
                      Nossos pés 
                        se encontram 
                        em águas rasas. 
                        
                      Os meus 
                        vindos do mar 
                        : marcados. 
                      Os seus, da terra 
                        : azoados. 
                        
                      No apear, 
                        escrutinados e arrastados. 
                        
                      * 
                        
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                      http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grande_norte/rio_grande_norte.html  
                        
                      Página publicada em janeiro de 2022 
  
 
                    
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