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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e biografia: https://anenet.com.br/

 

 

 

CIRO JOSÉ TAVARES

 

 

Nasceu em Natal (RN), em 25 de agosto de 1940. Dipl. em Direito. Advogado. Colab. em periódicos. Redator do Jornal do Comércio e de O Globo. Veio para Brasília em 1992. Premiado em concursos literários. Pert. à Associação Nacional de Escritórios e à União Brasileira de Escritores/RJ. Partic. das antologias Caliandra – poesia em Brasília, 1995, André Quicé Editor; Poesia de Brasília, 1998; Poemas para Brasília, 2004, ambas org. de Joanyr de Oliveira. Organizou o livro Álbum de versos antigos, de sua tia-avó Adelle de Oliveira, 2002. Bibl.: Além da rosa-dos-ventos, 1990; Como elipses de Phoenix , 1991; Baladas e moinhos, 1995; À sombra do tempo, 2001; A sinfonia do outono, 2002. Faleceu em 27 de dezembro de 2017.

 

 

 

VOZES NA PAISAGEM. Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos. Organizador: Waldir Ribeiro do Val. Edições Galo Brando. Rio de Janeiro, 2005.  138 p.  ISBN 978-85-858627-690- 1.  Inclui 55 poetas de todo o Brasil que, em sua quase totalidade, colaboram na revista Poesia para todos. Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

 

A LESTE DE GREENWICH

 

 

Que neblina é essa, afinal?

Que neblina é essa que não me deixa entrar

pelas vidraças as lanças de ouro do universo,

que insiste inundar átrios de noturnas claridades?

Que neblina é essa que me esgarça os fios pelo tempo

e rompe as linhas que bordaram vidas?

Que neblina é essa que me silencia as ruas,

anoitece as casas, extermina os sonhos?

Que neblina é essa que conduz à lágrima,

cria o estéril e reprime o riso?

Que neblina é essa que morre triste nas lembranças,

que me turva a vista diante dos retratos desbotados?

Que neblina é essa que r.ic esconde os calendários,

destrói meus santos e rasga os véus dos templos?

Que neblina é essa que não me responde,

não me questiona, ontem, hoje, sempre,

não me festeja a vinda não me diz adeus?

Que neblina é essa, afinal,

que não me apaga sequer as luzes da memória?

 

 

 

 

SÍNTESE

 

 

Porque plantei roseiras, colhi ventos
Porque nasci auroras, morri tardes.
Porque criei canções, ouvi silêncios.
Porque andei espaços, achei vazios.
Porque me fiz sorrisos, fui lágrimas.
Porque voltei, anoiteci.

 

 

 

 

VEGA

 

Imagino-o tebano, à fuga solidário.

O gole amargo vindo do fundo do cristal.

Cilíndrico escudo transparente

realimenta, vertical, taças submissas,

exauridos corpos, alma, sonhos.

Imagino-o solitário sempre,

olhos afundados em círculos azuis,

roupa molhada de sereno, cheirando a pó da aurora.

Fazia muito tempo, ontem, quando soube.

Pude vê-lo sem dizer adeus.

Partiu madrugador numa tempestade de estrelas da Constelação das Três Marias. Imagino-o cadente regressando ao princípio do universo.

 

 

 

BERCEUSE

 

 

Nas praias meus pretorianos

incendiaram archotes

aumentando o vermelho das fogueiras.

É certo que meus pretorianos querem

orientar o barco e desconhecem

que meus rumos estão sincronizados

aos teus mágicos sinais.

Ontem vespertino

teci minhas ausências

desfiando o corpo

para construir-me nos regressos

quadro cor da paz.

 

 

 

 

ÍCARO 

Bebo-te a pureza, gota a gota,
enquanto ouço teu sorriso explodir nas paredes de íraca,
dia após dia, casa anoitecida.
Flutuando quero superar-me helénico
e não te peço muito. Apenas que faças meu corpo
desnudar-se liberto espiritual das dores que me prendem.
Luas prolongadas fizeram-me
teu revisitante permanente,
quando sem saber acabava sempre mergulhado
nos teus olhos cheios de relâmpagos.
Minhas fronteiras estiveram limitadas às tuas,
Meus caminhos direcionados aos teus.
Entre a realidade e o sonho
não me amedronta que o sol destrua
minhas asas míticas outra vez.
Que importa acontecer?
Minhas cinzas alimentarão tuas roseiras
reprocessadas no orvalho das manhãs.
Saciarei a sede eternizada na pureza do teu pranto
transformado em lágrimas,
sorvidas gota a gota,
enquanto teus sorrisos amanhecem
nas paredes de íraca, inundada de clarões.

 

 

 

 

Página publicada em julho de 2020


 

 

 
 
 
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