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ZÉ AUGUSTHO MARQUES

 

 

Da nova safra de poetas, o livro “Verso e inverso da paixão” do gaúcho

Zé Augustho Marques, é um dos melhores. Vai do lírico ao escatológico. Cáustico mas apaixonado.

Antonio Miranda

 

 

VERSO E INVERSO DA PAIXÃO

(EXCERTOS)

 

 

Tudo o que se pensa é contraste de luz e sombra

Na tela do que se diz e pinta!

 

Vejam-na por versos e inversos!

 

É a paixão.com.br

Palavra  pop

Palavrão  pós

Palavreado  pet

Palavrita  put

Palavrório  point

Palavroso  poor

Palavrada  plus

 

 

 

Paixão por proezas amorosas

Dos doze Cézares em aventuras escandalosas

Torneios de devassidão e pedofilias

Gozos incestuosos em lascivas anomalias

Celebram revelações profanas, exóticas e fabulosas

De todas as festas dedicadas a Baco

Às depravações e suas cópulas fogosas

 

Paixões ao culto do Phallo

Celebradas por versos-net à beira do ralo

Pelos poetas Virgílio, Ovídio e Horácio

Em profusões homenssensuais consagradas

À cintura de suas procissões serpenteadas

Por virilidades másculas de seus jovens amantes

 

 

 

Que importa ao mundo suas ilusões

Bocas unidas a pregar mil presságios

Se a paixão nos cobra juros e padágios

Por uma estrada estreita de emoções

 

Paixão que de tão louca à revelia

Faz o solitário espantalho

Duvidar da alegria

E enganar a todos os pássaros

Seus repetidos segredos da vã filosofia

 

 

 

Paixão vacilante, nas crianças e nas mulheres

Daquelas que com poucos talheres

E reinventadas pela magia do cinema

É fruto e antítese de inversos prazeres

 

         Paixão torpe em sorrisos

Que sopram notas de improvisos

Tantas oitavas acima

Rasgando tímpanos e ouvidos

 

Estas paixões se arrastam pelo mundo

Como as que a cantam pela tarde

Fazendo como todas as mariposas

Vultos e viravoltas sob a lâmpada em alarde

 

 

 

Quase assustado pela paixão exibida

Tenho agora todas as penas escondidas

Que se fecham aos olhos distraídas

Pra não radiografar os sexos

Em ardores cruzados de estrofes retraídas

 

Por bem parecida como a paixão do galo

 lembro-me dela que a pêlos nus me olha

Descobrindo-me as virilhas e outras geografias

lambendo devagarinho minhas madrugadas

Acariciando meus delírios com regalo

Interpretando sozinha, intensas gargalhadas

 

 

 

Então lembre de uma paixão imbecil

Cada qual ao sonho que devora

Sob a mira despojada de um fuzil

Murmuram beijos posto chama que deplora

 

Essa é a paixão pelo próximo

Que aproxima gente de gentes

E faz do mundo

A nova terra sem sementes

Crucificado será

Sob o prumo ardente

Espigado pela burrice

Mórbida dos ausentes

 

 

 

Tudo inverte a paixão em seu código

A sombra é árvore

O fruto é flor

A liberdade é raiz

 

Química de uma pipoca sem sal

De um quindim sem Quintana

De um grande fim sem drama

De um beijo sem chama

 

Digam-me que a paixão engana

Parece com lodo, ou é lama?

Socorro! Quero me indulgir dessa teia!

Tangida pela força das nuvens que coagulam

Meu olhar, meu olhar. ..

Há centenas de dias sem fim

 

 

Seguida pela imensidão do espaço

A paixão é como um espelho

Como um sopro do olhar que apressa o passo

No instante da fotografia me desfaço

Impreciso e satânico me assemelho

 

(...)

 

 

Extraído de MARQUES, Zé Augusto.  VERSO E INVERSO DA PAIXÃO.

Porto Alegre: Ed. Do Autor, 2006.  72 p.



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