Foto: http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia
WILSON TRANNIN FILHO
Poeta, engenheiro civil.
Nasceu em 1957 em São Borja/RS. Vindo com seus pais para Niterói, RJ onde passou sua infância e adolescência. Casado com Dna. Maria Teresa desde 1982, é pai de 3 filhos. Formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Católica de Petrópolis vindo posteriormente a morar em Cuiabá onde é empresário e fazendeiro. É membro de Nova Acrópole, filial Cuiabá, Mato Grosso, desde 2007.
Livro: Poesia e Encanto. (Kiron Editora, 2012)
A Morte do Cisne
De repente, o corpo não controla
o gracioso das asas. Outrora
tão fácil e freqüente
Tão ágil e corrente. Agora
Pausado... Intermitente.
O que acontece?
Essa nuvem clara de luz
Cegando-me a visão
Branco capuz de ofuscante clarão.
Preenchendo-me com esse cansaço...
envolvente e diferente...
O que acontece?
Quero meus movimentos de Cisne.
O garbo da cabeça empinada
a volta firme do pescoço.
O contorno harmonioso do dorso.
Mais uma vez de asa levantada
Olhar o céu. Voar talvez. De novo.
Mas... Sem perceber que caí
Estou levantando...
Mareado por um torpor envolvente,
que o alento dentro de meu ser arrefece.
Meu Deus!
O que acontece?
A vida, como sabia, esvaneceu...
E soberana, na renovação da beleza,
a misteriosa morte, em beleza, se estabeleceu...
Agora, não mais Cisne. Apenas eu.
Um de poucos. Artista. Sem rosto.
Fênix que se renova em muitas faces
Que deixou pra memória da posteridade
Não sua pessoal história, mas a parte
que lhe coube:
Sua Majestade a Arte.
E na harmonia,
Fez de si Arte e da Arte sua biografia.
Sensível a um tal porte que pelo Amor ao Belo.
Transcendeu a morte.
Foi além de si. Livrando-se de si.
Fez-se Um.
Um com o Cisne
Um com a Morte.
Um com a Arte.
Um com a Vida
Um com a Eternidade.
Homenagem à Ana Pavlova (1881, 1931), bailarina russa que criou e apresentou "A Morte do Cisne." e inspirou este Poema. Ver http://www.youtube.com/watch?v=egPuJALNIBs
Poema extraído de http://www.poesiaeencanto.com.br/
POEMAS E CANÇÕES HEROICAS MARCIAIS (guerreiras). [edição sem nome do organizador, sem local e nome da editora, nem ano de publicação. Apresentação de Márcio R. 14 x 21 cm. ilus.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Guerreiro
Perante o início da guerra
Revi meu Ser resignado.
Enfrentando o temor acumulado
Que com coragem o guerreiro encerra.
Enfim tinha chegado o dia.
Da definição, da longa agonia
Que de espera martirizava.
De ansiedades mil, transtornava.
E destemido senti-me honrado.
Para tal tinha me preparado.
Não recordo temor da morte.
Sabia do risco e seu porte
Fosse qual fosse o resultado.
Importava apenas ter lutado
Com honra. O melhor de meu ser
Firme. Com todo o querer.
Logo ao longe avistei o inimigo.
Marchando forte e decidido.
Meu Ser Ávido por vê-lo abatido
Corria a ele, firme, aguerrido.
Com o escudo levantado,
Da investida dura e rude.
Ataquei, golpeei como pude.
Meu machado* estava afiado.
Esquivando de sua espada
Num giro rápido, golpeando
Atingi aquele que sangrando
Caído ao chão capitulava.
Senti que em mim também doía
De algum modo angustia havia
Mas, vendo o opositor atingido.
Não me importava mais... Tinha vencido.
E com o triunfo ganho e posto.
Tirei-lhe o elmo para ver o rosto
E inesperado fato aconteceu...
Percebi então, a angustia que me acometeu.
No inimigo que prostrado, arfante
Vi um semblante que estarreceu.
Reconheci pasmo naquele instante
O vencido infante... Meu próprio eu.
--------------------------------------------------------------------------------------
*Machado de duplo fio,
Página publicada em setembro de 2020
|