WILLIAM LAGOS
(Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil)
Professor Universitário. Tradutor (já traduzi mais de 200 livros). Falo várias línguas (inglês, francês, espanhol, alemão (e dialetos), italiano, russo e etc. Faço Tradução para várias Editoras do Brasil e fora dele. Compositor, poeta, pianista. Toco violoncelo e violino. Tenor lírico. Leio muito. Ouço música sempre que estou em casa trabalhando.
Também entendo de flores e tenho um belo jardim, embora em um espaço pequeno.
Falo pouco enquanto não conheço bem as pessoas e observo muito. Leio até mesmo enquanto estou em uma parada de ônibus, ou fila de Banco e/ou Supermercado. Sou um cara simples e gosto de estar em casa. Bem, acho que já falei demais!
Biografia: https://www.recantodasletras.com.br/
IV COLETÂNEA SÉCULO XXI – 2013. Homenagem à Maior Poeta viva: Olga Savary. Jean Carlos Gomes (organizador). Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2013. 100 p. ISBN 978-85-63913-05-0 Ex. bibl. Antonio Miranda
COR DO MAR I
O mar mui raramente é verde-mar;
muita vez é azul ou acinzentado,
ou simplesmente de um pálido dourado;
não mais que um refletor da luz solar.
Por tal reflexo faz-se, às vezes, encarnado,
ou se reveste de um claro alaranjar;
chamam de negro seu azul a aprofundar,
ou de vermelho qualquer tom mais arroxeado.
Fica aos poucos pela areia acastanhado
ou esbranquiçado pela espuma que flutua,
verde-rosado ao esfumar do entardecer;
dizem ser verde o mar pouco povoado,
e azul o mar em que ampla vida estua,
ou violeta a refletir meu padecer...
COR DO MAR II
Na verdade, toda água é incolor, insípida e inodora em descrição; tem certa cor na palma de tua mão, em palma alheia uma diversa cor.
Cada nuance exprime um coração, em cada tom traz a vida em seu vigor, vermelha a forte expressão de seu calor pelos estuários que em cada corpo estão.
Sob o sol pleno, se faz azul-berilo, lápis-lazúli, cobalto ou turmalina, ao sol poente, em ouro se desdobra,
de noite, traz a prata do sigilo, em suavidade sutil de naftalina e até marfim que em pórfiro sossobra.
COR DO MAR III
Mar de mármore, com laivos de amianto, o mar purpúreo que descreve Homero, o mar de cálcio de um destino fero, o mar cremoso de um perpétuo pranto.
A Terra sua em eternal descanto, sob a chuva especular que tanto espero; a própria urina que em meu corpo gero no mar encontra seu refúgio santo.
Mar escarlate das aves de rapina, o mar de estanho do gelado pago, o mar de anis desse licor sem fim,
mar carmesim da maresia fina,
mar ambarino do derradeiro afago
do azul-turquesa que trago dentro em mim.
Página publicada em julho de 2020
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