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TYRTEU ROCHA VIANNA

(1897-1963)

 

(São Francisco de Assis, Rio Grande do Sul, 28 de novembro de 1898 - Alegrete, 21 de setembro de 1963) foi um poeta de vanguarda, radioamador, e grande proprietário de terras do Rio Grande do Sul, Brasil. Tem sido considerado pela crítica como um dos mais dotados ou o maior dos modernistas do início do século XX no Rio Grande do Sul.

Formado em Direito em 1922 pela UFRGS, em Porto Alegre, e tendo sido o 5º radioamador do Brasil,  com um rádio construído por ele mesmo, sendo de família abastada, participou da Revolução de 30, seguindo para o Rio de janeiro com Getúlio Vargas, de cuja fazenda em São Francisco de Assis as suas terras eram vizinhas. Fazendo o trabalho de interceptar e traduzir mensagens em outras línguas, ganhou a confiança de Getúlio Vargas, e teria sido convidado para ser embaixador do Brasil no Japão, tendo porém Getúlio desistido da ideia, conforme as fontes encontradas, em função de exageros com bebidas alcoólicas manifestados por parte do poeta durante a estada na então capital do Brasil.[2] Após reveses financeiros, processos judiciais e prisões, viveu em hotéis e passou por momentos de mendicância, vindo a falecer na cidade de Alegrete, onde havia sido amparado por um amigo.

Possivelmente o único poeta moderno do extremo sul do Brasil a praticar uma poesia de vanguarda nas primeiras décadas do século XX, seu único livro publicado, Saco de Viagem (1928) tem características formais cubistas e futuristas, além de referências à obra de Oswald de Andrade, explorando também o humor do modernismo brasileiro direcionado, principalmente, à fatos da política local e das cidades vizinhas, bem como neologismos que exploram a linguagem regional do gaúcho.

(Continua em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tyrteu_Rocha_Vianna)

 

Extraído de 

POESIA SEMPRE  - ANO 9 – NÚMERO 15 – NOVEMBRO 2001.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2001.  243 p.  ilus. col.  Editor Geral: Marco Lucchesi.   Ex.bibl. Antonio Miranda

 

                MAU HÁBITO

        Em que lugar que mora a Mãe-d´água mamãe
é lá na fonte da vovó
como é que ela é
é uma mulher bonita de cabelo verde
corpo de peixe vestida de estrelas rabuda
Por que é que eu não vejo ela
é porque ela não se mostra aos meninos
que tiram ranho do nariz com os dedos
e durante todo o tempo em que
eu podia crer na vida da Mãe-d´água
o meu nariz foi o único culpado
dela não ter aparecido

 

          Texto de LUIS AUGUSTO FISCHER:

Ficou dito atrás que Tyrteu tratou abertamente do nosso Outro, o castelhano, e vamos ver como. O poema que vai citado agora na íntegra, "No galpão", precisa de algumas informações cautelares. A forma (fôrma) geral do poema funciona como um causo, uma história exemplar, curta, concisa, de fundo mais ou menos moralizante; é, como se diz no Rio Grande da campanha, um 'causo galponeiro', uma história contada no galpão onde os trabalhadores da fazenda (peões) se reúnem, ás vezes no intervalo entre uma faina e outra, e mais ainda nas manhãzinhas, antes do trabalho, ou nas noites, após ele, à roda do fogo.  

Dentro desse causo-poema figura-se uma sequência narrativa que começa com um recurso animista, que dá estatura de personagem a eventos da natureza invernal do pampa — em especial o Minuano, vento gelado que varre essa região de oeste a leste na estação fria —; em seguida, essas forças naturais trazem pata o galpão alguns peões que andavam namorando na redondeza Dentro do galpão estão dois peões velhos, Aurélio e Tibúrcio — velhos e por isso sábios —, que recebem o prepotente D. Fulano, não casualmente um 'bandaoriental', isto é, um urugaio. Vejamos então o poema

 

 

 

NO GALPÃO

 

Lá fora o patrão D. Inverno

mais D. Frio e seu capataz Minuano

mais a peonaiia deles feita de pingos de garoa

iam repontando

a manada retacona dos peães

do pasto alto das noturnas cavaleiragens pelos ranchos
da vizinhança grávida de gurias cubiços palpáveis
para a mangueira das 4 paredes do galpão
e à roda do fogo D. Chimarrão os pastorejava
formados

seu Tibúrcio era o contador de histórias de plantão

siá Dona Conversa foi vindo vagarosa e lerda

como a baia aguateira lunanca

e pela boca desdentada do Mure lio chegou-se

na história recente dos fantasmas assombradores

do posto do rodeio das bragadas

houve risadas mui reticenciais dos circunstantes

largas longas e cortantes como facão marca touro

e D. Silêncio chegou montado no pschit

do capataz bandaoriental D. Fulano

seu Tibúrcio mandou D. Silêncio à fava

e foi se defendendo na maciota

retrucão a fechar um crioulo filado

mais não foi eu que o sobreintendente

ia prender na cadeia

como desencaminhado/- da fia mais moça

da siá Dona Anaia

e o pai do aleijadinho

e logo em seguida

deu vontade de fazer pipi no capataz

bandaoriental D. Fulano

peleador de amores impúberes abafados

 

 

Página publicada em março de 2019

 


 

 

 
 
 
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