SÉRGIO BORJA
Sérgio Augusto Pereira de Borja (Porto Alegre, 2 de novembro de 1949) é um advogado e professor universitário brasileiro. Em 1992 foi o primeiro brasileiro a entrar com o pedido de impeachment de Fernando Collor. Em 2006 entrou com pedido de impeachment do presidente Lula.Tem denunciado através de uma legítima advocacia pública o processo de desmonte do Estado, da Constituição e a degradação social que leva à violência e ao sucateamento da saúde e educação.
Conferencista e escritor, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, tem percorrido o estado fazendo conferências. É professor de Direito Constitucional, Ciência Política e História do Direito na PUC/RS; é professor de Teoria Geral do Direito, Direito das Obrigações, Direito Agrário e Instituições de Direito, na Faculdade de Direito da UFRGS.
Escritor com vários livros publicados na área de direito constitucional, integração americana, ciência política e poesia. Articulista, publicou seus artigos, em revistas jurídicas e na grande imprensa. Recebeu em 1997, da Comissão do Mercosul, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul o Diploma de Colaborador Emérito. Premiado com o Troféu Obirici em 2007, como destaque social e profissional.
Foi condecorado com a mais alta comenda da OAB, a Medalha Osvaldo Vergara.
Obras: Ronda alta, 1981; Pele madura, 1984; Contra corja, 1988; Impeachment, 1992; Teoria Geral dos Tratados – Mercosul; - A Luta Pela União Latino-Americana, 2001;O Projeto Democrático, 2001.
Fonte: wikipedia
BORJA, Sérgio. Pele madura. Porto Alegre: Movimento, 1984. 76 p. 14x21 cm.(Coleção Poesiasul, volume 50) Capa: Cláudia Isabel Missiaggia. Col. A.M.
MELANCIA
Talho versos
ganho o dia
minha palavra
é sol
é sumo
da vermelha
melancia
Talho versos
em fatias
divido
a minha
alegria
Talho versos
que queria
fruta doce
a sede sacia
Talho versos
melancias
a poesia
não canta
muito menos
janta
sozinha.
SEM DESTINO
Se até a esperança
já é fuga
já é mortalha
Se te quedas
segregado
pela mente
ensimesmado
e cercado
Se teu horizonte
é parede
o musgo e mofo
nas veias
da muralha
em cuja malha
tua vontade desmaia
Caminha
simplesmente
caminha
até mesmo
sem caminho
a esmo
sem rumo
ou destino
pois existem
outros mundos
outros rumos
paralelos
a teus muros
concomitantes
a teu mundo.
METAFÍSICA
Acaso
sou um
engano
deitado sobre
a montanha
sob uma bolha
de pano?
Ah! Vai dormir
metafísica
infeliz
deixa ao vento
o pensamento
teu oco
e estéril
lamento
Aqui e agora
sou corpo
sentimento
entre o chão
e o firmamento
ANTOLOGIA DA NOVA POESIA BRASILEIRA . Org. Olga Savary. Rio de Janeiro: Ed. Hipocampo, Fundação Rioarte, 1992. 334 p. ilus Ex. bibl. Antonio Miranda
PERSISTÊNCIA
Que os valores
do tempo e templo
onde porventura ora habito
não me tirem a tiara
que me deu a megera atávica
Que a fagulha
plantada no cerne inculcado do meu cérebro
não vacile
e que apesar da tormenta
eu nasça como oliveira
do seio da rocha que me oprime
CABRESIO
Te atam
pelo esôfago
cabresto
do teu estômago
Te guiam
com este sovéu
couro cru
de goela viva
Até que tua boca
fique muda de fome
Murcha
sem fogo de homem
Página publicada em fevereiro de 2013;
Página publicada em setembro de 2020
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