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Fonte: http://pelotascultural.blogspot.com.br/

 

MÁRIO MATTOS

 

Pintor e poeta nascido em Pelotas.

 

 

MATTOS, Mário.  Décima de Sepé Tiaraju.  Porto Alegre, RS: Martins Loureiro Editor, 1985.  90 p.  (Tarca, 21) 14,5x21 cm.  Ilus. do autor.   “ Mário Mattos “ Ex. na bibl. Antonio Miranda.

 

 

 

MISSIONEIRO CANTA A

MEMÓRIA DE SEPÉ

 

33

 

Silenciou o velho Blau,

Pra dar vez ao desafio

E um novo violão se ouviu —

Era o chirú*1 Missioneiro,

Que disse — Bravo, Tropeiro, —

Por isso é que te aprecio!...

 

34

 

Faz mais de duzentos anos,

Que Sepé tombou ao chão,

Mas eu tive a sensação,

Que estava ali do seu lado

E o seu sangue derramado,

Senti no meu coração!...

 

35

 

Daquele sangue no pasto,

Brotaram miles de flores,

Formosas como os amores,

Que os nossos ranchos guardaram

E que os fogões avivaram,

Na boca dos cantadores.

 

36

 

Inda hoje, pampa afora,

Se conserva a sua memória;

Tiarajú ficou na história

Da tradição missioneira;

E logo a América inteira

Há de cantar sua glória!...

 

 

AÇORIANO CONTESTA A

BRAS1LIDADE DE SEPÉ

 

37

 

Chegou a vez do Açoriano —

Moço bonito e elegante,

Sabido, mas arrogante,

Tinha ficado afamado,

Por ganhar, em todo o Estado,

Um concurso de estudante.

 

38    

 

A ideia que apresentou,

Sobre a Guerra das Missões,

Foi baseada nas lições

Da História oficializada,

De uma turma bem montada

Do arraial dos sabichões.

 

39 

 

Ele ergueu seu violão,

Num bordoneio seguro

E o acorde saiu tão puro,

Que a gente toda gostava;

Mas ninguém desconfiava,

Que o Açoriano ia ser duro...

 

40

 

—Senhores, peço licença,

Pra lhes clarear a memória;

Não vejo nenhuma glória,

Na morte do tal Sepé;

Por mim, esse índio até

Nem entrava em nossa Historia”...

 

41

 

Que herói é esse afinal?

Pra mim é um pobre coitado,

Pois, combater um Tratado

E enfrentar duas potências,

Sem pesar as consequências,

É querer ser derrotado!

 

42

 

O território que temos,

Do Rio Grande quase inteiro,

Seria hoje estrangeiro,

Se vencesse a rebelião —

Não seria mais um chão

Neste solo brasileiro.

 

43

 

Glória eu vejo nos heróis

Da tradição nacional! —

Mas, ai do sentimental,

Que ao índio segue no engano

E esquece do lusitano,

Nosso tronco principal.

 

44

 

E me responde, se podes,

Mas não fujas, Missioneiro:

Era Sepé brasileiro,

Ou um súdito da Espanha?

Eu pago um trago de canha

A quem responder primeiro!...

 

 

 

*1 – tipo índio ou indiático, palavra de origem guarani, que significa “meu companheiro” (cheyru).

 

Página publicada em setembro de 2014

 


 

 

 
 
 
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