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MARIA DINORAH LUZ DO PRADO
Maria Dinorah Luz do Prado era escritora principalmente de livros infanto-juvenis. Nasceu em Porto Alegre no dia 13 de maio de 1925 e faleceu em 15 de dezembro de 2007 na mesma cidade. Do casamento com o médico Luiz Bastos do Prado nasceram 4 filhos. Em 1944 publicou seu primeiro livro, "Alvorecer", e nas décadas seguintes já trabalhava como colaboradora em alguns importantes jornais da época. Formou-se em Letras pela Faculdade Portoalegrense de Filosofia, Ciências e Letras em 1967.
Iniciou seus trabalhos como professora de português e alfabetizadora, processo que estendeu-se até o ano de 1989. Na mesma época foi também Coordenadora do Setor de Promoções Culturais da Secretaria de Educação. Em 1970 realizou curso de Pós-graduação em Licenciatura da Língua Portuguesa na UFRGS. Nos anos de 1988 e 1989 foi organizadora e apresentadora do Programa Viva o Livro, da Rádio Feplan/RBS, em que comentava a produção de Literatura Infantil no país. Recebeu várias homenagens, títulos e prêmios como o Prêmio Guararapes, da União Brasileira de Escritores/SP, pelas obras "A Fábrica das Gaiolas", "Solidão e Mel", "Uma e Una". Em 1989, foi a primeira mulher a ser homenageada pela Câmara Riograndense do Livro por ocasião da XXXV Feira do Livro de Porto Alegre. Em 1992, recebeu o prêmio Jorge de Lima, pelo livro "Geometria de Sombra"; além do Prêmio Jabuti no mesmo ano, pelo mesmo livro.
Entre sua lista de prêmios ainda estão láureas e homenagens recebidas em 50 anos de atividades. Destacam-se: Associação de Críticos de Arte, Fundação Nacional Livro Infantil e Juvenil, Instituto Piaget (Lisboa), Libro de Family (Feira de Bolonha, Itália). Possui uma obra literária com aproximadamente 100 títulos e a Biblioteca Ecológica Infantil no Parque Moinhos de Vento leva seu nome, através do Decreto nº 15.847 de 26 de fevereiro de 2008.
"O livro é aquele brinquedo
por incrível que pareça,
que entre um mistério e um segredo,
põe ideias na cabeça."
TEMPO DE ESTRADA – 20 POEMAS DA TRANSAMAZÔNICA. Rio de Janeiro: S.D.M.T em co-edição com Instituto Nacional do Livro e Grupo de Planejamento Gráfico, editores, 1972. 208 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
CANTO NOVO
"Este é um canto de esperança.
Abrir caminhos
é despertar o homem
para a vida."
Todo o tempo tem seu canto:
Canto de paz ou de guerra,
canto de vida ou de morte,
de liberdade, opressão.
Poeta,
cantor do tempo,
canto um tempo em construção.
Poeta,
cantor do mundo,
transporto a TRANSAMAZÔNICA
para o tempo de canção.
Brasil, no tenso mistério
dos centenários passados,
foste metade gigante,
foste metade pigmeu.
Mas surge a estrada-promessa
sulcando o ventre da pátria,
a garimpar verdes mares
como as galeras de outrora,
para implantar a esperança
onde o sonho adormeceu!
Da geografia da fome,
— a sementeira do pão.
Dos escaninhos da treva
— os horizontes da luz.
Da primitiva dormência
— o acordamento em promessa.
De uma torrente de angústia
— uma epopeia de glória.
Da sentinela da morte
— a transcendência da vida!
Elo de amor e coragem
unindo ontem e hoje,
unindo hoje e amanhã,
és o equilíbrio-viver
dando às legiões esquecidas
um sentimento de pátria
que se esqueceram de ter!
Leito veemente e fecundo
de amplas vertentes azuis,
líquido-vida-certeza
onde o Ceará vai beber!
Não mais a inútil espera,
não mais a infinda vigília,
porque teus rumos-semente
fertilizando distâncias,
hão de ver campos floridos,
hão de ver sóis deslumbrados
sobre as cidades nascentes!
Hão de ver risos de infância
dinamizando as escolas!
Hão de ver gente crescendo
cheia de força e ideal;
Hão de ver sonhos cumpridos,
hão de ver pátria integral!
E o norte-sul, leste-oeste,
não mais Brasil bi-partido
e sim partilha-verdade,
hão de encontrar o seu pleno
sentido de liberdade!
Todo o tempo tem seu canto:
Canto de paz ou de guerra,
canto de vida ou de morte,
de liberdade, opressão.
Poeta,
cantor do tempo,
canto um tempo em construção.
Poeta,
cantor do mundo,
transporte a TRANSAMAZÔNICA
para o tempo da canção!#
Página publicada em novembro de 2020
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