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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARCO TULIO

 

 

O poeta Marco Túlio Schmitt Coutinho

nasceu em 1981, na cidade de Taquari/RS. Escreve poemas e contos desde a sua adolescência, suas escritas se relacionam com os pensamentos sobre a vida, imaginação, sensibilidade... Sua família e amigos sempre estão muito presentes, apoiando de todas as formas em seus propósitos; especiais e essenciais em cada momento. O seu primeiro livro de poemas, "Litoral", recheado de metáforas e visões filosóficas, foi lançado em julho de 2008 na festa de comemoração do aniversário de sua cidade. Foi publicado de forma independente em duas edições, numa tiragem total de 100 cópias. Alguns de seus escritos foram publicados em jornais, tais como: O Taquaryense (2º jornal mais antigo do RS), O Açoriano, O Fato Novo e em fanzines de amigos, antes e após a publicação do livro. Entre os trabalhos literários, Marco verte também para a composição de músicas, com uma atmosfera muito etérea e introspectiva. "Estação Zoo", banda da qual ele faz parte, lançou o primeiro disco "Das coisas que ficam", através da internet e da revista mp3 Magazine, no ano de 2006.

Com um tom lírico, intimista e envolvente, o escritor se dedica atualmente aos dois romances que pretende lançar nos próximos anos, e à conclusão de seu segundo livro de poemas; todos já com boa parte de sua arte em andamento. Atualmente disponibiliza poemas inéditos, semanalmente postados no seu blog, “Essência Contemporânea”.

Biografia e foto extraídas de http://poetasdobrasil.blogspot.com/

 

 

 

 

POETA, MOSTRA A TUA CARA.  Vol. 6.   XVII Congresso Brasileiro de Poesia.  Org. Ademir Antonio Bacca e Cláudia Gonçalves.  Bento Gonçalves, RS: Grafite, 2009.  256 p   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

 

MONÓLOGO SECRETO

 

 

Parte de mim é lâmina

Que exposta à luz

Produz hologramas na parede silenciosa da noite...

Nos mistérios da pele ardem sonhos

Riscos crepitados subindo na fogueira

Improvisada pelo sal dos meus olhos

Que se desmancha

Sou a sombra que o bosque esculpe nas vestes turvas do lago

Pra me acompanhar no escuro

Eu me projeto no fundo

E entre as plantas e pedras resguardadas de um sono líquido

Eu permaneço acordado

Mas isolado da falta vil dos desinteressados

Percebo que até os musgos umedecidos tem um sentido

Solitários compõem o abrigo dos espantados

Na sua verde solidão não existe definição para a minha

Os arpões são afiados, dia-a-dia, feito facas de cozinha

Apontados para o vão das costelas que emergem nas águas

O tesouro que procuramos é um baú de mágoas

Mas o sol que ilumina o caminho de crinas torna tudo espelhado

O tesouro é o invisível do que temos guardado, e entregamos...

Como a alma se entrega ao nirvana

Quando se encontra com a sua unidade

Que é a verdade na expansão sob os muros

Lada a lado com a sua metade

Antes de ir... Admiro os corais silenciosos

Ecoando o monólogo nas bolhas de ar que sobem do fundo

De mim... Até parar

 

 

 

 

SINTONIA

O amor... É silencioso
Mas o mercado o pôs à venda...
Pôs à venda nos olhos das quais ele habita.
Corações na prateleira
Embalados e conservados na temperatura ideal
Devido ao seu temperamento.
Agora que o “amor” já foi examinado
E todas as suas diferenças foram catalogadas
Fica mais fácil...
Afinal, para trocar os sapatos
Basta desfazer os laços...
E, há tanta oferta, que até a dor vira prova de
status
E o preço?... Paga à vista
Com os olhos ainda vendados, vendidos a prazo
Em nome do amor qualquer sinal é assinado
Mesmo que não tenha rosto
E ainda dizem: “quem vê cara não vê coração”
Nas ora quem não vê um dos dois
Sempre fica faltando um pedaço...
O amor...  É silencioso
O resto... É ruído
Falha no entretenimento entre canais mal
sintonizados
O mundo se apressa...
E empresta a alma para exposição
Sem sentir se haverá como repor

 

 

 

 

 

Página publicada em agosto de 2020


 

 

 
 
 
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