MARCELO BACKES
Escritor, crítico literário e tradutor, mestre eiw literatura brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em romanística e germanística pela Universidade de Freiburg, na Alemanha. É autor de A arte do combate (2003), prefaciou e organizou mais de duas dezenas de livros e
traduziu — na maior parte das vezes em edições comentadas — mais de uma dúzia de clássicos alemães, entre eles obras de Goethe, Schiller, Heine, Marx, Kafkae Brecht. Sua tese de doutorado, sobre o poeta alemão Heinrich Heine, foi publicada na Alemanha em 2005.
BACKES, Marcelo. Estilhaços: minigâncais – digressões – e – batocaços. Rio de Janeiro: Record, 2006. 173 p. 14x21 cm. ISBN 85-01-07366-0 Col. A.M.
Textps sobre e composto de epigramas e aforismo livres, sutis e/sobre cruéis no texto entre auto-biográfico e reflexivo, e crítico, de seu tempo e circunstância. A.M.
Diário de um combatente
Eu tento tudo
e tudo é muito,
mas não é tudo,
porque ainda há
as variáveis
— instáveis,
incontroláveis —
do mundo e dos outros...
e as do meu eu,
dos meu outros eus...
Do meu penas
A maldita enxaqueca
é lúcifer feito dor.
Como só ponderar que,
cortando a própria cabeça,
o mundo seria melhor.
Mea culpa
Minha arte não corteja,
ela estupra.
Do meu penar
A insônia
é estar morto
e não dormir.
Partir
A água é mãe!
Estou no trem
e penso nela.
Os pingos da chuva vêm
e o vento desenha
espermatozoides
na janela.
Página publicada em março de 2013.
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