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POESIA ROMÂNTICA BRASILEIRA

 


MANUEL ARAÚJO DE PORTO ALEGRE

Pintura de Ferdinand Krumholz (1848).

MANUEL ARAÚJO DE PORTO ALEGRE
(1806-1879)

Poeta romântico de teor nacionalista, Crítico, historiador, poeta, teatrólogo, nasceu em Rio Pardo, Rio Grande do Sul, havendo controvérsia quanto à data de nascimento – para uns seria em 19/09/1806, para outros em 29/11/1806, e morreu em Lisboa em 29/12/1879. 

Viaja  em 1831para Paris, acompanhando seu mestre Debret,  e estuda na Escola de Belas Artes de Paris e viajando depois pela Itália, Inglaterra, Países Baixos e Bélgica. Volta para o Rio de Janeiro em maio de 1837 onde passa a desenvolver atividades como arquiteto, professor de desenho, poeta e, inclusive, crítico e historiador de arte, área na qual também é considerado como fundador da disciplina no Brasil.  Patrono da cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras.

Obras: Prólogo Dramático (teatro, 1837), A Estátua Amazônica (teatro, 1861), A  Escrava (teatro, 1863), Brasilianas (poesia, 1863), Colombo (poema épico, 1860), etc.

 

   TEXTOS EM PORTUGUÊS - TEXTOS EM ESPAÑOL   

 

 

O TRIUNFO

 

Troam na Ibéria os hinos da vitória

Que Fernando e Isabel do Mouro houveram.

Jaz vencida Granada! A cruz guerreira

Da moderna cruzada resplandece

No rubro cimo de atalaia altiva

Que domina de Alhambra os régios muros

E os zimbórios vidrados das mesquitas,

Assentados no grêmio augusto e belo

Da abatida sultana do Ocidente!

Jaz vencido o Corão: no santo aprisco

Repousa a Espanha à sombra do Evangelho.

Na ridente esplanada, ovantes, firmes

Como troncos de ferro, ao sol fulguram

Pautados esquadrões, lúcidas armas.

Rebombam no horizonte em densas nuvens

Os estrondos da rouca artilharia,

Que dos rinchos equinos aumentados,

E do rijo clangor das márcias tubas,

D'alto a baixo as montanhas estremecem

Sobre o crânio hibernal das Alpuxarras

Estala o diadema eterno e frígido

De níveas carambinas; geme a terra:

Revolve o Darso antigo leito, e méscla

De áureas palhetas as sangrentas águas,

Onde exangues cadáveres flutuam.

Retremem os zimbórios esmaltados

Dos islâmicos templos. Pavorosa

A sombra de Almansor, banhado em sangue,

Do poente jazigo em que dormia,

Se ergue, e lá foge ao funeral de um trono

Que o seu braço escudara em cem batalhas.

Jaz vencida Granada!...

 

 

 

Página publicada em maio de 2009

 

 

 

 

 

Extraído de:

 

OLIVEIRA, Alberto de; JOBIM, Jorge, orgPoetas brasileiros. Tomo Primeiro. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 1921. 395 p. capa dura revistida com tecido. 14x19,5 cm.

 

 

 

A DESTRUIÇÃO DAS FLORESTAS

(Canto II)

 

A QUEIMADA

 

Quebrou-se a mola ao mechanismo excelso
Do secreto artificio da Natura !
O sol que outrora vida diffundia
Sobre a panda alcatifa da floresta,
Hoje resecca as monstruosas ruínas
Desse templo sagrado, onde mil flores
Nas perfumadas aras entretinham,
Como vestaes, a sacrosanta essência.

 

Embora do labor, fumega a terra
Mephitico vapor, que o rosto inunda
De suor, e nó peito anciãs revolve,
E ao afro escravo dá vigor aos membros
Que outrora em descampados embalara
Ígneo suão da Lybia abrasadora.

 

Como moimentos que elevara em montes
Guerreira prole a seus valentes mortos,
Ou de insulanos bárbaros pagodes
Talhados postes, monstruosos hermes,
Que em renque affinca oriental idolatra :

Taes se afiguram os troncados toros
Que em pé deixara o cauteloso ferro.

 

É hora do labor, soa a busina ;

E leda turma, que abatera a selva,
Preliba gosos na hecatombe immensa,
Que em breve as serras cobrirá de fumo,
Como se dó vestisse a Natureza !

 

E' hora do labor, soa a busina ;

No córneo isqueiro a pederneira encosta
O guapo capataz, e alçando a dextra
Move o fuzil; rebentam as faíscas,
E no âmago da mecha comburente
Se embebe o fogo, e bafejado augmenta.
Nas relíquias de pútridos madeiros
Derrama a isca, cuidadoso sopra,
Activa a flamma que espadanas brota,
E de grossas vergonteas a robora ;

Divide os fachos, repartindo a gente,
É com um, brado commanda o holocausto.

 

Por cem partes da terra nuvens se erguem
De brancos fios, que simulam plumas,

Como os pennachos do crinito tyrso,
Que a palma extremam dos ubás farpados.
Estridente soido o espaço enchendo,
Dá signal às descargas incessantes,
Que rolam, como em fogo de alegria
Nos faustos dias que a nação consagra.
Como um bosque encantado e fluctuante,
O fumo de improviso se modela ;

Vivas linguetas, trisulcadas, varias,
Surgem do centro, como troncos ígneos ;

E ao som das salvas, do estampido estranho,
Dos madeiros que estalam, se ergue o incêndio ;

E o intenso gaz dos cálidos vapores

No céo tremula, e nas visinhas plagas,

Qual vaga crespa ao respirar dos Euros.

 

Na bocca agita o dedo, e trina um grito
O ledo escravo, que africana crença
Na pátria lhe ensinou para desta arte
Chamar os ventos a engrossar o incêndio !

 

Cresce e se alarga um nevoeiro espesso
De açafroada côr, que em largas curvas
Anovellado sobe, e tinge o limbo
De cambiantes pérolas ; na terra
Lavra a fogueira, calcinando os troncos ;
É aqui e alli, em ramalhetes ígneos,
As seccas folhas pelo ar volteara.
Por entre a turva massa que se encopa
Em negros turbilhões, se expande o fogo;

Abre-se em antros de sulphureo aspecto,
Retalha-se, agglomera-se, enrolando-se,
Em porfiados globos. Sopra o vento,
Descortina através da ardente fragoa,
Dançando alegres com brandões medonhos,
Em tripudio satânico os escravos !
Como Brontes, em rija vozeria,
Pelo bafo do inferno ennegrecidos.

 

Como um combate de travadas fúrias,
Em que a morte vomita por cem bocas
Cerrada chuva de inflammadas bombas,
De cruzados pelouros que se esmagam,
E no choque reciproco se annullam ;

E além, nos muros de possante alcaçar
Arde e rebenta o armazém da pólvora,
Toldando o ar, e estremecendo a terra :

Tal se afigura o pavoroso incêndio,
Que se alarga, progressa, trovejando,
Como se um genio do infernal abysmo
Abrisse os antros em que habita a noite,
E de hórridos phantasmas povoasse
Os céos e a terra, com medonho estrondo.

Que estranha confusão, que accento horrível
À voz da ruina inopinada mescla
A Natura, e redobra o quadro hediondo,
No conflicto mostrando scena insólita !

 

Na escura tapa de embrenhadas furnas,
Nesses ínvios covis de soltas rochas
Que rorantes cascatas desabaram,
Desperta o fumo as monstruosas serpes,
Que eterna guerra ao fogo decretaram!
Em amplas roscas como raios surgem
Atras surucucús varando os bosques,
Fendem os brejos, nas campinas voam,
E à queimada arremettem furibundas !
Como montantes que manobram Cides,
A cauda vibram que na terra rufa,
Como rufa o tambor em campo armado ;

Arfando irosas três medonhos roncos,

Erguem o eólio, fuzilando fúrias,

E à chamma investem com damnado arrojo!

 

Nem as roqueiras que os bambus ribombam
E o fremente estridor que o vento engrossa,
Nem o bafo da morte a fúria abalam
Desses monstros raivosos ! Implacáveis
Umas com a cauda batalhando, cegas,
Os braseiros espalham destemidas ;

Outras se enroscam nos tostados postes,
E do alto de novo um bote atiram;

Aqui e alli com tresloucados golpes

O ar atroa a serpentina sanha.

Ora enroscando o chamuscado corpo

Na cinza ardente, que lhes cresta a pelle,

Jazem vencidas, e um nó gordio enlaçam;

Ora convulsas arquejando morrem

Sobre o leito inflammado que as devora ;

E no exicio medonho expiram todas,
Da güela expellindo atro veneno !

Venceu o incêndio dos reptis a sanha

E triumphante, impetuoso, lavra,

Lambendo os troncos com as vorazes chamas;

Redobra o brilho com o investir da noite,

E o céo de iogo colorindo e a terra,

Num pélago de sangue envolve tudo!

 

 

 

OLIVEIRA, Alberto dePáginas de ouro da poesia brasileira. Rio de Janeiro: H Garnier, Livreiro-Editor, 1911.   420 p.  12x18 cm Ex. bibl. Antonio Miranda

Inclui os poetas: Frei José de Santa Rita Durão, Claudio Manuel da Costa, José Basílio da Gama, Thomas Antonio Gonzaga, Ignacio José de Alvarenga Peixoto, Manoel Ignacio da Silva Alvarenga, José Bonifacio de Andrada e Silva, Bento de Figuieredo Tenreiro Aranha, Domingos Borges de Barros, Candido José de Araujo Vianna, Antonio Peregfrino Maciel Monteiro, Manoel de Araujo Porto Alere, Domingos José Gonçalves de Magalhães, José Maria do Amaral, Antonio Gonçalves Dias, Bernardo Joaquim da Silva Guimarãaes, Francisco Octaviano de Almeida Rosa, Laurindo José da Silva Rabello, José Bonifacio de Andrada e Silva, Aureliano José Lessa, Manoel Antonio Alvares de Azevedo, Luiz José Junqueira Freire, José de Moraes Silva, José Alexandre Teixeira de Mello, Luiz Delfino dos Santos, Casemiro José Marques de Abreu, Bruno Henrique de Almeida Seabra, Pedro Luiz Pereira de Souza, Tobias Barreto de Menezes, Joaquim Maria Machado de Assis, Luz Nicolao Fagundes Varella, João Julio dos Santos, João Nepomuceno Kubitschek, Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior, Antonio de Castro Alves, Luiz de Sousa Monteiro de Barros, Manoel Ramos da Costa, José Ezequiel Freire, Lucio Drumond Furtado de Mendonça, Francisco Antonio de Carvalho Junior, Arthur Narantino Gonçalves Azevedim Theophilo Dias de Mesquita, Adelino Fontoura, Antonio Valentim da Costa Magalhães, Sebastião Cicero de Guimarães Passos, Pedro Rabello e João Antonio de Azevedo Cruz.     

 

COLOMBO (Canto XXX)
EXPEDIÇÃO ÁS TERRAS DO KAN. — O TABACO

.............................................................................................

Crente a cem léguas das luzidas portas
Da charonea Quinsay, filha do Drago,
Chama a conselho os instruídos mestres,
E os da Casa de el-rei. Propõe a todos,
De compasso na mão, mappas abertos,
Que um troço avance a perlustrar a terra,
Tendo em mente o real prescripto escopo
Das minas de ouro, e o de saber da côrte
Do Kan dominador de toda a aurora :
Disse ainda, que vista a gran cidade,
Xella pedissem com instancia ao throno
Para elle Almirante uma audiência,
Afim de junto ao Kan cumprir as ordens
Do mandato real, delles sabido.
Eleito Jérez, viajor provado
Em afras regiões, e ingratas lides,
Teve por sócio o polyglota Torres,
De ha muito affeito a perigosos casos;
Vão com elles Castilho, o metallurgico,
Boldan, mais traficante que piloto,
E dois jovens Lucaios, tão espertos,
Que da lingua hespanhola já sabiam
O que a vida usual requer somente.
Cheios de bênçãos e esperanças, partem.

Nesta mora, de ourada espectativa,
Previne o Almirante urgentes cousas.
Espalma as naves, calafeta as fendas,
Repara as bordas, o maçame, as vélas,
Sanifica os porões, precinta os mastros,
Enroca antennas e refaz a aguada,
E assim disposto a combater revezes,
Aguarda a expedição, nunca esquecido
Da gentalha que leva, tetro espelho
De futuras discórdias e infortúnios.
Seis dias decorreram, quando ao Nauta
Insperada se mostra afflicta e exhausta
A embaixada infeliz, dizendo a custo :
« A prudência nos fez voltar o passo,
Confiados em vós, que sois cordato,
E christão compassivo. O nosso estado
Justifica o alvitre! Eis o que vimos
Nesta terra de brutos, feras e ermos !
A gente é parva e esquiva, não tem artes,
Nem lei, nem fé, nem deus, nem trato humano
As virgens e as matronas mal sombreiam
O pudor natural; os homens fogem,
Como feras batidas : são selvagens.
Não vimos ouro, mas orueis torturas
Entre bichos que o dia convertiam
Em pelejas, e a noite tenebrosa
Em vigílias e sustos ! Nossos corpos,
Sem dormir, semi-mortos já sentimos!
Sabeis que terra é esta? — o fim do mundo !
O chão é cobras e reptis infestos,
Os troncos são insectos venenosos,
O ar só tem mugidos, uivos, roncos,
Vimos serpes que pream feras e homens !
Como vêdes, senhor, neste amplo couro,
Maior que a antenna do traquete grande!
Morreríamos todos engolidos,
Se este joven Lucaio alli não fôra!
De um charco recoberto de hervas, vimos
Surtir um tronco, para nós crescendo,
E abrir a ponta com um sibilo horrível!
Sucuré — juaçú ! grita este joven;
Salta adeante, tira prompto a faca,
E aparando no braço a bocca hiante
Do monstro, lhe atravessa na garganta
O ferro aeacalado, emquanto o outro
Traspassou-lhe esta adaga, inda sangrenta!
Cae o monstro, recúa, e se emmaranha
Num bolo de aguapés e de sargaços;
Lucta e relueta, e cada vez mais preso
Na boiante enrediça se ennovella :
Mil vezes pelo ar fuzila a cauda,
Desce ao fundo do lodo, turva as aguas,
Remoinha, levanta ondas escuras,
Nada consegue, e todo envolto em sangue,
Sem tino esmoreceu, deixando montes
De revoltas liaças, e outras plantas !
Veio a noite, e que noite horrenda e feia!
Mal no bosque accendeu-se uma fogueira,
Mal subiram as flammas, só se ouvia
Piarem môchos e rugirem feras !
Não é tudo, senhor ! cae a fogueira
Aos sibilos e choques de outras serpes,
Que, como clavas, nos tições ardentes
Batiam e os brazeiros espalhavam,
E sobre elles ficaram calcinadas!

Tudo alli contra nós se conjurava!
Nos troncos, que subimos, combatemos
Formigas que eram fogo; parasitas
Que lanhavam as carnes, como serras,
E uma nuvem de bichos causticantes!
Tarde veio a manhã, ah ! muito tarde
Para tanto soffrer ! Quando fiados
Na indígena perícia, ao corpo ardendo
Íamos dar num lago refrigério,
A dois passos de nós, entorpecido
Outro monstro jazia, mal podendo
Em lentas voltas collear a espinha !
E' dellé a pelle que a teus pés se estende :
Quiz trazel-a, Almirante, a Fim que a vejas
Ninguém diria; ao descarnal-a, vimos
Ao longo bucho, já desfeita em parte,
Anta membruda que valia um touro :
E o que é mais, para horror da humanidade,
Um esqueleto humano! Lassos, mortos,
Tendo tudo perdido, regressamos,
E a custo vimos fugitivas tribus.
Torres falou-lhes sete línguas afras.
E o árabe, e o persa, inutilmente !
Mostrei-lhes as palhetas de ouro a todos;
E a Quinsay, ao Gran Kan, nos respondiam
Bohio, os moços, e guisqueya, os velhos,
Exprimindo com gestos largos terras
Para as bandas do occaso, rios, montes
Lançando fumo; e com o dedo no ouro,
E o chão mostrando, e a longínqua terra,
Pareciam dizer : ha muito disto;
Mas tudo em fórma tão confusa e escura,
Que nem mesmo os Lucaios entenderam!
Triste foi a jornada; outros que a façam,
Porque nós, como vedes, não podemos.
Não trouxemos riquezas nem promessas,
Mas trazemos esta herva, cujo fumo
Une á olencia gostosa amáveis horas;
Tabaco a denomina a gente inculta,
E o seu uso valeu-nos contra a fome. »

E nisto, Peres leva á bocca um rolo
De seccas folhas, cuja ponta ardendo
Ao contracto do lume, fumo exhala;
E, a uma, os outros aspirando a sorvos,
Pela bocca em golfadas despediam
Ondas de fumo inebriante e odoro.
Propagou-se o invento! E assim a Europa,
 Máo grado excommunhões, leis e interdictos,
Mais um vicio importou, — hoje um tesouro!

 

 

 

POESÍA ROMÁNTICA BRASILEÑA

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

MANUEL ARAÚJO DE PORTO ALEGRE

(1806-1879)

 

PALABRAS DE BOABDIL

                        (Fragmento del poema Colombo,
                         Prólogo, I, "El Triunfo".)

 

¡ Estaba escrito!... No por vuestras armas
Mi trono se abatió; |lo quiso el hado!
Abén Hassan, mi padre—Dios le guarde—
Vio a la derrota y a la triste estrella
Del infortunio estar sobre mi cuna.
Mi fin predijo el cielo; y un fatal
Decreto hizo bajar Alá a este mundo.
Aquí mismo, Señor, en la atalaya,
Cuna y sepulcro de grandeza humana,
Una horrenda visión tuvo él un dia,
Nefasto en los anales de la Hégira.

... ¡  Estaba escrito!
Los brazos granadis encadenados
A los cristianos en la fuerza igualan,
Las aguas del Genil dan temple al hierro
Para el hierro cortar de vuestras armas...
¡ Alá fue quien venciera!... ¡ Ante mis ojos
Veo a Julianes y Oppas, refractarios
A las promesas que el Corán contiene!
¡ Ni la esposa me queda, que el mal hado
Me hiciera repudiar, cubrir de oprobio,
Negando el amor suyo ¡.Sangre, sangre,
Abencerraje sangre en todas partes
Ahoga para siempre mi esperanza.

Nací en un día aciago... Os doy las llaves.
¡ Una gracia, Señor!, sedme piadoso:
Tolerad el Corán: es para el moro
Una guía del cielo. Y otra gracia:
Mandad que un albañil la puerta mure
Por donde Boabdil bajó del trono.

 

Página republicada em agosto de 2016; ampliada em novembro de 2017


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