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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

LILA RIPOLL

(1905-1967)

 

 

poeta gaúcha, foi pianista, professora e presença de destaque na literatura sul-riograndense. Miltante política, participou da frente intectual do Partido Comunista, em 1935. Conquistou prêmios importantes : Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras, pelo livro de poemas Céu vazio(1941), e o Pablo Neruda, por Novos Poemas(1951). Publicou quase dez livros de poemas--e depois do golpe de 64, foi presa. 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS   -   TEXTO EN ESPAÑOL

 

Fonte dos poemas aqui apresentados: http://www.rubensjardim.com/blog.php

 

 

 

VIM AO MUNDO EM AGOSTO

 

Sou triste de nascença e sem remédio.

Vim ao mundo no triste mês de agosto

o mês fatal das chuvas e do tédio,

e nasci quando o sol estava posto.

Vim ao mundo chorando... (o meu presságio!)

Um vento mau marcava na vidraça

o plangente compasso de um adágio,

anunciando agoirento uma desgraça.

 

Sou triste. É irremediável este mal.

E eu não quero curar minha tristeza.

Só ela para mim tem sido leal,

Na minha via-sacra de incerteza.

 

Sou triste de nascença. É mal sem cura.

A vida não desfez meu nascimento.

Sou a menina triste e sem ventura,

que em agosto nasceu, com chuva e vento.

 

 

POEMA VI

 

Hoje pensar me dói como ferida.

O próprio poema não é poema.

Tem qualquer coisa de trágico.

De pétalas descidas.

De véu cobrindo o retrato

de um morto.

Hoje pensar me dói como ferida.

Mas é uma imposição - pensar.

Não quero estado de graça,

nem aceito determinismo.

Só a morte é irreversível.

A opressão do azul

aumenta meu conflito,

e é cruel escutar as razões

da razão.

Quisera repartir-me

no cristal da manhã.

Ser um pouco daquela rosa

tocada de irrealidade;

da tênue luz ferindo

o espelho do rio;

daquela estátua pudica

que parece ter ressuscitado

a inocência.

Mas em vez disso,

aqui estou:

queimada em pensamentos,

quebrados os instrumentos

do sonho.

 

 

 

GRITO (1961)

 

Não, não irei sem grito.

Minha voz nesse dia subirá.

E eu me erguerei também.

Solitária. Definida.

As portas adormecidas abrirão

passagem para o mundo

Meus sonhos, meus fantasmas,

meus exércitos derrotados,

sacudirão o silêncio de convenção

e as máscaras de piedade compungida.

Dispensarei as rosas, as violetas,

os absurdos véus sobre meu rosto.

Serei eu mesma. Estarei

inteira sobre a mesa.

As mãos vazias e crispadas,

os olhos acordados,

a boca vincada de amargor.

Não. Não irei sem grito.

Abram as portas adormecidas,

levantem as cortinas,

abaixem as vozes

e as máscaras —

que eu vou sair inteira.

Eu mesma. Solitária.

Definida.

 

 

RETRATO

 

Chego junto do espelho. Olho meu rosto.

Retrato de uma moça sem beleza.

Dois grandes olhos tristes como agosto,

olhando para tudo com tristeza!

Pequeno rosto oval. Lábios fechados

para não revelar o meu segredo...

Os cabelos mostrando, sem cuidados,

Uns fios brancos que chegaram cedo.

A longa testa aberta, pensativa.

No meio um traço, leve, vertical,

indicando uma idéia muito viva

e os sérios pensamentos: — o meu mal!...

O corpo bem magrinho e pequenino.

— Sete palmos de altura, com certeza. —

Tamanho de qualquer guri menino

que a idade, a gente fica na incerteza!

E nada mais. A alma? Ninguém vê.

O coração? Coitado! está bem doente.

Não ama. Não odeia. Já não crê...

E a tudo vive alheio, indiferente!...

Meu retrato. Eis aí: Bem igualzinho.

O espelho é meu amigo. Nunca mente.

No meu quarto, ele é o móvel mais velhinho.

E sabe desde quando estou descrente!...

 

 

 

 

TEXTO EM ESPAÑOL

 

 

 

FIGUEIRA, Gaston.  Poesía brasileña contemporânea (1920-1946)  Crítica y antologia.   Montevideo: Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, 1947.  142 p.   18x23 cm.  Col. A.M.

 

 

Como los novelistas Dyonelio Machado y Cyro Martins, Lila Ripoll nació em Quaraí (Estado de Rio Grande do Sul). Esta poetisa expresa bien su personalidade en  “Céu vazio" (1941), libro suficiente para darle un .puesto de dignidad en la actual lírica brasileña. El "cielo vacío" de que habla Lila Ripoll es la saudade de la  infancia. Ella no lo dice, pero así lo creemos, sobre todo después de haber leído las cuartetas tan musicales de "Fita verde", poema con que la representamos en esta antología.                      

 

Salvo algunas excepciones —como "Que desejam de mim"— la poesía de Lila Ripoll se expresa en tono de canción ligera, juguetona, en la cual la melancolia se hace gracia.                        

 

Ese sentido tan musical de su poesía puede hallar una raíz en el hecho de que esta poetisa es una pianista apasionada, habiendo realizado su curso en el Instituto de Bellas Artes, en Porto Alegre. Su primei* libro "De maos postas", publicado en 1938, fue grandemente superado por "Céu vazio".

 

 

 

CINTA  VERDE

 

Prendí una cinta bien verde

en mis cabellos oscuros.

Quedé casi hecha una niña

capaz de trepar los muros.

Cambié de alma y de edad,

jugué con las criaturas.

Volaron lejos, muy lejos,

mis penas, mis amarguras.

En. vaivén de rueda - rueda

nadie cantó como yo.

Canté, canté todo el día
hasta que el sol se escondió.

Y al llegar la noche lánguida

nos fuimos a descansar:

los niños reales y yo

que jugueteaba a engañar.

Nuestra Señora, apenada,

me ofreció un sueño divino.

Prendió alas en mis hombros

y la mar fue mi camino.

Del cielo bajaron ángeles

con cintas multicolores.

Juntos las fuimos uniendo

y fingimos pescadores.

Fueron llenando la red

juguetes color de mar.

Las estrellas —¡envidiosas!—

también quisieron jugar.

El mar quedó blanco, blanco

de tanta luz y pureza.

No pudo el cielo bajar

y lloró su gran tristeza.

 

La lluvia rompió mis alas

y los ángeles se ahogaron.

Mi cinta verde, mi cinta,

las sirenas me robaron!

Desperté triste y helada,

ojos rojos de llorar.

—¡Qué saudade de mi sueño!

—¡Qué frío el fondo del mar!

 

 

 

          Página publicada em janeiro de 2014


 

 

 
 
 
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