Foto e biografia: www.escritas.org
LIANA TIMM
Liana Mahfuz Timm - Nasceu a 05 Novembro 2011(Porto Alegre) Artista multimídia, arquiteta, poeta e designer. Vive e trabalha em Porto Alegre com atelier em permanente ebulição. Sua produção mixa manualidade e tecnologia, conceito e materialidade, história e contemporaneidade. Através da captura do que é invisível na imagem, a artista propõe a ruptura do figurativo e do abstrato, descontextualizando significações e atualizando-as num território próprio. NAS ARTES VISUAIS: o desenho, a gravura, a pintura, a escultura, a arte digital, o video-arte, são algumas das modalidades artísticas eleitas pela artista (www.timm.art.br). NA LITERATURA: a poesia, a crônica, o texto de dramaturgia são os meios de sua expressão (www.lianamtimm.blogspot.com). NO DESIGN: desenvolve através da TERRITÓRIO DAS ARTES Editora projetos e produções gráficas editoriais (www.territoriodasartes.com). Em cada uma das linguagens, a artista introduz seu estilo pessoal, através de características que se afirmam como marcas de sua autoria. Realizou 66 exposições individuais, recebeu 15 prêmios e pu-blicou 33 livros. (liana@timm.art.br)
NO LIMITE
decanta contra mim
a transfusão sintética da vida
o voltaico excita
a ontologia
os movimentos
racham os ossos
na temperatura íntima
precipícios de musculoso afeto
enterram do som
falsas questões de fronteiras
O IMPOSSÍVEL
Pensar nos sentidos do mundo por alguns caminhos é preciso? Com as sensações busca-se nos conceitos a mínima consistência. O impossível é possível, na arte. Juntar o disperso numa convicção, configura e legitima a coisa que dura numa potência em si. Um objetivo: fraturar o modelo no repetir persistente da destruição. A conservação da coisa se dá além do humano, transborda ao infinito. Planos simbióticos dão a luz. O pretexto está no material, a sensação ultrapassa. Alguém percebe. Fora o particular. Em negociação, a autonomia da memória. Ir na busca de sobressaltos inauditos sem história. Um inacabado, um ir fazendo sem fim. Uma indeterminação aponta para todos os possíveis. A falta de posição olha através de uma amnésia inventada e assumida. Importante é o plano do universo. De finito para infinito para finito, uma itinerância cambiante surge sem escapismos. O caos inventa a relação esconde-esconde.
APARÊNCIAS E ENGANOS
uma espécie de furor
gargalha ao contágio
— o sangue é a fornalha dos afetos
o amor envolve muitos diamantes
enredado encarcera estarrecido
a acústica dos fatos
numa vulcânica estupefação
o amor encalha afunda
reacende afunda
e de repente
emerge madrepérola
e vai vai vai vai
recolhido cristaliza pérola
Página publicada em maio de 2018
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