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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JORGE ADELAR FINATTO

 

Nasceu em Caxias do Sul, em 1Q de novembro de 1956. Publicou os seguintes livros de poemas: Viveiro, Edições Sanguinovo, São Paulo, 1981; Claridade, Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1983; O Fazedor de Auroras, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990; O Habitante da Bruma, Editora Mercado Aberto, Porto Alegre, 1998; Memorial da Vida Breve, Editora Nova Prova, Porto Alegre, 2007. Autor do blog: <ofazedordeauroras.blogspot.com>.

 

Extraído de: 

COLETÂNEA DE POESIA GAÚCHA CONTEMPORÂNEA. Organizador Dilan Camargo. Porto Alegre: Assembleia Legislativa, 2013. 354 p. ISBN 978-85-66054-002 -  Ex. bib. Antonio Miranda  

 

         Do silêncio da ilha

        O silêncio da ilha
        imemorial
        fundo
        ermo

        parece
        às vezes
        que o mundo
        não foi
        ainda
        inventado.

 

Canção do búzio

 

O búzio

fabrica

amanhecer

 

vem de longe
a canção
pela noite
avermelhada
de suas trompas

 

a canção
se constrói
nas artérias
do mistério

 

na habitação
do búzio
floresce
oblívio

 

o búzio
espalha
lanternas
no ermo

 

verte pó
de luz
na noite
oceânica

 

não teme
a rósea procela
no enlace
da fúria
e do vento

 

cultiva, o búzio,
hábito

de esquecer
e passar

 

calado destino
nas entranhas
do nevoeiro

 

no olho secreto
a memória
dos naufrágios

 

         a alma
         do búzio
         retiro
         de mosteiro

 

         as coisas
         vêm a ser
         no sonho
         úmido
         do búzio

 

         garoa
         fria
         na face

 

         um dia
         toda anotação
         de bordo
         vira esquecimento
         no fundo
         do mar

 

         dos restos
         da noite
         agônica
         foge o búzio

 

         sentinela
         no penedo:
         o búzio
         e seu
         segredo

 

         o búzio
         rumina

         o âmago
         das fontes

 

         verte
         solidão
         na boca
         da manhã

 

         o futuro
         é traçado

         no risco
         das estrelas

 

         mil pássaros
         voam
         ao redor
         do búzio

 

         o coração
         do búzio
         navega
         para o silêncio

 

         a pálpebra
         da noite
         desce
         no olho
         do horizonte

 

 

         Em todas as praças

 

         Em todas as praças
         pousa um pássaro
         a essa hora da tarde
         na segunda-feira

 

         só que
         ninguém ouve
         o canto
         do pássaro

 

         o pássaro
         é invisível
         como
         a praça

 

 

Página publicada em maio de 2018

 

 
        

 

 

 


 

 

 
 
 
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