Noite alta, fogos e luzes,
percussão em jogos
de surdos e tamborins.
Samba-no-pé, cantos de guerra.
Nas cruzes — aladas feras
em ar de doces quimeras.
Ali, entre índios, iaras,
e alegorias raras,
andores e santas caladas
e alas delimitadas,
reverenciando senhores
escravos e falsos doutores —
brilhante e púrpura flor
girando, tal cata-vento
a cortejar sua dama
e a eternizar o momento
retracejando o enredo
de reverência ao amor.
E ao ressoar dos tambores
seguem cantando os atores
a evoluir com alegria
no passo da bateria.
Por fim entremeiam-se as cores
em busca de um novo dia.