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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://www.profissionaissa.com

 

 

ESCOBAR NOGUEIRA

 

 

Nasceu em Fortaleza dos Valos, RS, em 1971, e reside em Santa Maria, RS. Professor de Literatura Brasileira e poeta, publicou Gotas de Amor (Edição do autor - 1989), O Casulo da Solidão (Edição do autor - 1990), O Meu Primeiro Milagre (Prêmio Instituto Internacional da Poesia - 1994), Arame Farpado (Edição do autor -1999), Milongol (WS Editor - 2003 / Indicado ao Prêmio Açorianos de Literatura), Curta-Metragem (Íbis Libris - 2006) e Pejuçara (7 Letras - 2009 / Indicado ao Prêmio Açorianos de Literatura). O trabalho do autor pode ser visualizado em seu site: www.professorescobar.com.br.

 

 

Extraído de

 

 

 

COLETÂNEA DE POESIA GAÚCHA CONTEMPORÂNEA. Organizador Dilan Camargo. Porto Alegre: Assembleia Legislativa, 2013. 354 p. ISBN 978-85-66054-002 -  Ex. bib. Antonio Miranda  

 

 

 

PAISAGEM PARA PAVESE

"Calar é a virtude da gente."

                       Cesare Pavese

 

O sol ministra sua palestra

e o mandiocal faz yoga.

As casas, misantropas,

acasalam com a soja

e, silenciosa como uma espiga,

granula uma vila.

 

Os agricultores escrevem na terra.

Os arabescos da natureza

e a geometria das lavouras

bordam na cartografia

o dorso de um tapete persa.

 

A paisagem pensa.
Pastoras de si mesmas,
pastam, campeiras, as emas.
Os patos, na paz da lagoa,
praticam seu budismo de bóias
e a garça, na margem de lama,
deixa sua pena e seu ideograma.

A paisagem pena.
No altar da coxilha,
o evangelho do vento
converte os eucaliptos,
e o tempo destelha,
e as formigas colonizam
a antiga casa dos italianos.

 

A paisagem cansa.

A noite se mija

e a lua principia sua aula

na lousa da aldeia.

Sou aquele homem

que se recolhe com as ovelhas.

 

 

BUGRINHA

 

         Para Lisiane

 

É em ti que penso,

quando leio o romance

do Érico Veríssimo.

Tu és Ana Terra

e eu sou um mestiço

que, num dia de vento,

na tua aldeia apeou ferido.

 

É em ti que penso, bugrinha,
quando em meu poema
pincelo o entardecer,
pois é em tua pele
que o dia e a noite
travam combate.

 

É em ti que penso, bugrinha,
quando a caminho da fronteira
passo por Santiago do Boqueirão.
É em ti, musa missioneira,
que o poeta pensa decor
para compor o refrão.

 

 

É em ti que penso,
quando penso,
bugrinha.

 

É em ti
que penso
em mim.

 

 

 

Página publicada em maio de 2018

 

 

 

 

 
 
 
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