Foto por João Cerbaro em https://www.ufrgs.br/

ELIVELTO CORREA

Escritor, cantor e compositor. Graduando em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Suplente do seguimento de literatura do Conselho Municipal de Cultura de Guaíba. Trabalhou na Assessoria de Imprensa da Setudec/GBA. Foi produtor do programa cultural “Caderno 2” da TV da Ufrgs.

É coprodutor do canal de internet “Pensa o Seguinte” e diretor-fundador da “VL2 Produções Culturais”. Autor do livro “Nubá , Liberdades Possíveis” e integrante da antologia poética “Cadernos Negros Volume 23”. Criador do Sarau da Fabico (Faculdade de biblioteconomia e comunicação) e do Sarau do Velto.

Biografia em https://www.guaiba.online/

CADERNOS NEGROS.   Volume 23.   Poemas Afro-Brasileiros.   Organizadores: Esmeralda Ribeiro  e  Márcio Barbosa.  Capa: Foto J.C. Santos.  São Paulo: Quilombhoje, 2000.   120 p.  14 x 21 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda

Adiantamos aqui três poemas:

UM VÍCIO QUALQUER

Teu desamparo é um monstro raro
que criou faro para distração.
Por isso cheira a noite inteira,
cria barreiras pra solidão.

Qualquer odor que lembre amor,
que tenha a flor do seu perfume...
Quer o coração uma explicação
tal sensação uma explicação
tal sensação então resume.

Preenche os vácuos e varre os cacos
tem para os fracos a solução!

PARNASIANOSSAURO

Oh, pré-histórico amigo!
Por que foste viver tanto tempo?
Neste século corres perigo,
não está a contento.

Causa espanto teu grande focinho,
em desalinho com as patas miúdas...
Como um tiranossauro teimoso,
confiante e orgulhoso, não mudas.

Não és belo, isto eu garanto.
És até um tanto esquisito.
Teu gemido ruidoso, no entanto,
é um canto que eu acho bonito!

Pois esqueças dos bichos modernos,
aos quais tu desagradas a vista.
Obedeças aos instintos internos...
Genuíno, jurássico artista.

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  ALAMEDA DOS ESPÍRITOS
  
  Um sussurro me segreda:
  “Pelas veredas da mente
  vai a alma finalmente
  encontrar as alamedas
  dos espírito dormentes...
  
  ...onde os seres são sementes,
  onde o medo, a dor e a perda
  desde sempre estão ausentes”.

Página publicada em fevereiro de 2020