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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: youtube

 

EDISON NEQUETE

 

(Porto Alegre. 1926) Ator e diretor de teatro, jornalista. Autor de peças teatrais (a obra "Império do condor" mereceu elogios entusiasmados de Vianna Moog. Pedro Nava. Edmundo Moniz e Eurico Nogueira França), eventualmente envereda pelos terrenos do conto e da poesia. Julga que o soneto é a melhor forma que a palavra encontrou para se ordenar.

 

 

 

ESPELHO

Alado pelo amor, atinjo o céu.
O céu é meu destino. Estou alto.
Nas nuvens mais azuis — azul-pastel —
Ensaio-me de vez para outro salto.

Lá no alto, gargalho enlouquecido
com fúria de animal que prende a presa
A presa é um pedaço do tecido
de um sol de vermelhão cor-de-cereja.

Se minha estrela Vésper, surpreendente,
queimando o encantamento do infinito,
no brilho que se apaga de repente.

A luz do meu espelho não soprasse!
Estrela, empalideces o meu grito:

não há céu sem o céu de tua face!

 

 

LIA

 

De pastor, pastoreavas
as ovelhas do meu pai.
Em menina me jurava!
Vais ser meu, um dia, vai!

 

Pastoreio-te, pastor,
na esperança desse dia,
mas, loucura do amador,
diz Raquel, despreza Lia.

Por seu falso busto casto
que, de olhar, te põe exausto?
Eu te dou meus pastos verdes.

Apascenta-me no peito!
As ovelhas que tu perdes
Dormem todas no meu leito.

 

 

 

CARLITOS

 

E sempre no fim da fita,
Carlitos, o bom de fita,
sai perdedor. Não faz fita.
Limpa o pó. Faz outra fita.

 

E seu exemplo me fita,
pois também me perde a fita
e não alcanço a tal fita
de vencedor. Uma fita

 

para quem fica com a fita
quem me apresilha o penteado
da senhorita que fita

com olhar cego — desdita! —
Outro senhor. Desfitado
este Carlitos. Que fita!

 

 

 

SOL


Leão, em chispas iradas,
sacode a juba dourada,
passa por arcos de fogo
espera — que desafogo! —

Calores de mil aplausos
que não lhe vêm por atrasos
da função. Queima de dor.
Por favor, chame o doutor!

 

Mas a distinta assistência
assiste sem assistência:
sol nasceu para queimar,

por que ele insiste em teimar

que sente dor como nós?

Que sóis sois, que não sois? Sós!

 

 

 

JACÓ

 

Mais sete anos, mais sete anos,
quantos mais não serviria!
Já servira tantos amos...
De consolo, que havia?

A leitura do ledor
Que, na letra, consumia,
as tristezas do pastor.
Foi assim até que, um dia,
em que lia, lia, LIA!
Encontrou certo Camões.
} Que, em amor, não se sacia...

Compreendeu que os pais labões
nunca dão pagas reais.
Raquel? LIA! E lia mais.

 

 

 

 

Página publicada em julho de 2019

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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