DANIEL RETAMOSO PALMA
Daniel Retamoso Palma, de acordo com uma licença poética de sua mãe, portanto, partindo de sua língua materna, é um “filho do outono”, embora tenha nascido aos 15 dias de janeiro de 1981. Aos 15 anos, Daniel escreve seus primeiros poemas, aparentemente espontâneos. Aos 18 ingressa no curso de graduação em Filosofia, da Universidade Federal de Santa Maria, RS, sua cidade natal e quintal para seus primeiros encantamentos. Hoje conta com boas classificações em alguns concursos literários de âmbito nacional, como o Concurso Literário Felippe D’Oliveira (2005, 2007 e 2008), o Prêmio Cidade de Ipatinga de Poesia (2007), o Festival de Música e Poesia de Paranavaí (2007), e o Prêmio SESC de Poesia Carlos Drummond de Andrade (2008). Prepara seu 1° livro de poemas.
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COLETÂNEA DE POESIAS. PRÊMIO SESC DE POESIA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Orelha (apresentação) por Antonio Miranda Orelha (apresentação) por Antonio Miranda. Brasília, DF: Serviço Social do Comércio do Distrito Federal -SESC-DF, 2008. 185 p. 18,5 x 24 cm. Impresso pela Comissão de Educação e Cultura – Câmara dos Deputados. Juri: Antonio Miranda, Danilo Gomes, Joanyr de Oliveira, João Bosco Bezerra Bonfim, João Carlos Taveira, Meireluce Fernandes, Nicolas Behr, Salomão Sousa, Deputado Severiano Alves. Sylvia Cyntrão. Ex. bibl. Antonio Miranda
2º. Lugar
no CONCURSO SESC DE POESIA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 2008
COLHEITA NO SILÊNCIO
colher
verbenas dos campos
do silêncio
colher
verbenas dos campos
minados pelo silêncio
ofertar seu pólen
aos fantasmas do vento
que erguem poemas
do que não tem verbo
colher
verbenas dos campos
de concentração do silêncio
e ofertá-las ao tempo
que cala no verbo
a flor do poema
colher verbenas
dos campos de batalha
entre flores de silêncio
e sangue
e aos desertores do ab-surdo
ofertá-las
em vez das medalhas
colher
verbenas
dos campos-santos
consagrados ao silêncio
exumar a voz dos corpos
que é nosso também o grito
estrangulado em nossos
mortos
colher
verbenas
dos campos de fantasmas
exilados no silêncio
e ofertá-los ao balé
do vento sem pátria
colher
verbenas
dos campos do silêncio
e ofertá-las, sem esperança
ofertá-las, apenas
Página publicada em dezembro de 2008; página ampliada em agosto de 2020
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