Foto: https://www.youtube.com/
CAIRO DE ASSIS TRINDADE
(1946-2019)
Nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Escritor, poeta,
autor de Poetastro (1974), Sacanageral (1980), Liberatura (1990), Poematemagia (2001) e Poezya - que porra é essa? (2011).
Prêmios: Panorama da Palavra (2001) - 1o lugar, voto popular; e Dom Quixote (2001). Troféus Expressão Cultural e Marelo Carvalho (2007); Prêmio Fliporto (2008) -1o lugar, voto popular / 3o lugar, júri oficial; Poeta Cara do Rio (2009) - 1o lugar, voto popular; e Poemas à Flor da Pele (2011) - 1o lugar, voto popular.
Desde 1993, ministrava a Oficina de Criação Literária e a Editora Personal.
A praça é do povo
menos o palanque e o microfone
Cairo Assis Trindade
QUINTANAR
nada mais dura:
tudo é pressa pura
tudo se acaba
e se perde:
as pedras, prédios, impérios
tudo o que perdura
são as nuvens
o arco-íris e os vaga-lumes
das noites de primavera
o mais é literatura
OLIANI, Luiz Otávio. entre-textos 2. Porto Alegre, RS: Vidráguas, 2015. 104 p. 14x21 cm. ISBN 978-85-62077-19
Ex. bibl. Antonio Miranda
PILEQUE DE PALAVRAS
Cairo de Assis Trindade
a Silvio Ribeiro de Castro
entro no poema sem pedir licença
sem medir limites — livre e sem pudor
entro de cabeça / entro inteiro dentro
desnudo e em espasmo mergulho me perco
me afogo e me engasgo — susto transe surto
quase sofrimento / quase-quase orgasmo
saio do poema como quem renasce
tonto e muito louco - quase sangro sempre
quase sempre gozo y sempre morro um pouco
(Poezya - que porra é essa?, RJ, Personal, 2011.)
PILEQUE DE PALAVRAS
Luiz Carlos Oliani
na tela do micro
entro sem pudor
me perco me afogo
minha secura
minha sina:
as palavras
me saciam
Página publicada em outubro de 2020
|