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BARÃO DE ITARARÉ
 

Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, também conhecido por Apporelly e pelo falso título de nobreza de Barão de Itararé (Rio Grande, 29 de janeiro de 1895 — Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1971), foi um jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro.

 

KONDER, Leandro.  Barão de Itararé. O humorista da Democracia.   São Paulo: Editora Brasiliense, 1983.  70 p.  (Coleção Encanto Radical)  11,5x16 cm.  Col. Bibl. Antonio Miranda

 

UM POETA COM SOTAQUE

 

A bem da verdade, é preciso reconhecer que nem só de política vivia o humor do Barão. A Manha servia aos seus leitores um cardápio variado de piadas, algumas inevitavelmente antigas, sem qualquer exclusivismo temático.

 

Na fase de 1945 a 1947, o "hebdromedário" relançou, inclusive, aquelas seçoes escritas em imitação de sotaques estrangeiros, que faziam sucesso no período de 1926 a 1935. Em tais seções apareciam, por vezes, poemas extremamente divertidos. Vale a pena transcrever dois exemplos. O primeiro, imitando a fonética lusitana, retraía um amor infeliz, não correspondido. O Barão o atribui a Júlio D'Antas e ele saiu no "Suprimento de Purtugale" do dia 3 de janeiro de 1946.

 

 

AMOIRE INGRATU

 

Hoje puguei da queneta

au dispois puguei nu papeie

pra inscrebeire este suneto

à gaja que me rupele.

 

Ela não quere me beire

ela não quere cumbersa;

 

pois eu cá sou justamente

u cuntrário da bice-bersa.

 

Eu baim sei qu'ela m'ilode

eu baim sei qu'ela m'ingana

fazendo coisas biulentas;

 

mas um dia a coisa isplode

e antão meto-lhe eu m gana

um par de coices nas bentas!

 

 

Outro exemplo é retirado do "Zubblemendto Allemanho" do dia 5 de janeiro de 1947 e glosa a falta de géneros alimentícios no Rio de Janeiro: a falta de carne, de pão, de leite e de banha. Imita o sotaque alemão e é atribuído ao poeta Augusto Freterrika Schmidt.

 

Game? — mas onde é que deng

bra a chende bode gomprá?

A chende vai numa asougue

e oufe: game — nong há!

 Bong?—qual é este batarría

que deng? Adonde, rabáis?

A chende gorre lichêrra

bra o fila — mas nong deng mais!

 

Leide? — neng está pong bensá.

Se brugurra a tia indêrra;

 

nong deng neng no leidarría

e neng no Vaca Leidêrra!

 

Pânha? —fika kala-pôca!

Se foce fala te pá n ha

veng o bolísia e te béga

ou entong foce abanha!

 

Pânha, leide, bong e game

sautades que a chende deng

laqueies dempos tidosos,

dempos que nunga mais veng!

 

 

Mesmo nos versinhos das seções "estrangeiras" dA Manha, no entanto, transparecia, de vez em quando, a preocupação do Barão com a política.

 

Itararé era, visceralmente, um humorista político. Isso se vê, entre outras coisas, nos versinhos que apareceram no "Giornalo Intaliano" e que Apporelly atribuiu a Fiorello La Guardiã, prefeito de Nova Iorque, que veio ao Brasil naquela época. La Guardia era de origem italiana e tinha se destacado na luta contra o nazi-fascismo, contra Mussolini e Hitler.

O Barão imagina-o dizendo:

 

Io sono qui, brasiliani,

in nome degli italiani,

per agradecere a tutti

vostri aussili e vostri aiútti

que a dgente di questa terra

nos mando durante a guerra

contro il tedesco safatto,

quel bigodigno danatto;

 

quello cane vagabondo

                              voleva ingolire il mondo!

 

 

 

Página publicada em abril de 2014.


 

 

 
 
 
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