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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANITA R. GONZALES

 

Cruz Alta, RS, 1º/08/1900 – 15/12/1988

Anita Ramos Gonzales foi uma grande acadêmica, poetisa regionalista e romancista. Estudou no Colégio Elementar Venâncio Aires, hoje Margarida Pardelhas, onde era diretora de um jornal estudantil.

Desde menina escrevia versos, porém, somente aos 50 anos de idade, lançou seu primeiro livro, “Deslumbramento”, em 1952, devido ao incentivo do marido, o General Cotta Gonzales.

Em sua vasta obra encontramos livros de contos, poemas líricos, poemas épicos, poemas ecológicos, poesias infantis e um belíssimo romance Teuto-Rio-Grandense intitulado “Marta Fritz”.

“As Árvores”, seu trabalho de maior projeção, foi publicado em 1967 sob os auspícios da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, que reconheceu nesta obra uma vigorosa mensagem de incentivo ao reflorestamento e um primeiro e então solitário grito ecológico, como nesta PRECE: “Oh! Desperta, Senhor, a humanidade, ao amor, gratidão e piedade, à árvore que Deus ao mundo doa. Que ela possa sorrir como uma estrela. E feliz nós possamos vê-la, qual santa mãe que sempre nos perdoa!”

Tamanho era seu amor pelas árvores que, 10 anos após o lançamento deste livro, que ultrapassou as fronteiras do Estado e do País, Anita escreveu nova obra sobre o assunto, intitulando-a “Irmã Árvore”.

Por sua obra em defesa do meio-ambiente e pelo intenso movimento ecológico que liderou ao longo de sua vida, num trabalho de conscientização popular, realizando conferências, promovendo cursos de Introdução à Ecologia nas escolas, fundando clubes Juvenis de Proteção à Natureza, Anita Gonzales recebeu, em 1978, em Cruz Alta, o honroso e merecido título de “Mulher-Atuação do Ano”.

Após o desaparecimento de seu esposo, Anita recolheu-se em sua dor, passando por um período de abstinência literária. Felizmente, anos depois retornou à literatura com o livro de poemas “Minha Terra”, uma edição comemorativa ao sesquicentenário de Cruz Alta.

Poetisa, contista e cronista. Pertencia à Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul e a Ala feminina da Casa Juvenal Galeno. Foi Superintendente da Federação das Senhoras Metodistas do RS.

Seu nome batiza uma rua no Bairro Restinga, em Porto Alegre.

OBRAS: Deslumbramento – Poesias (1952);- Meu Rio Grande do Sul – Poesia (1953);- A Querência – Poesia (1954);- Anita Garibaldi – Poema (1956);- Meu Rincão – Poesias Regionalistas (1958);- Andanças do Zeca Pedro – Contos (1960);- As Árvores – Sonetos e Poemas (1967);- Minha Terra – Poesia (1972);- Bicharada – Literatura Infantil (1974);- Irmã Árvore – Poesia (1977);- As Andanças do Chiquinho – Contos Regionais, História Regional Infantil (1980);- A Voz do Chão – Poesia Ecológica (1982);

- Marta Fritz – Romance Teuto Brasileiro (1984);- Lili e a Lua – Literatura Infantil (1985). Fonte da biografia e foto: http://www.estanciadapoesiacrioula.com.br/

 

 

 

GONZALES, Anita R.  As árvores.  Porto Alegre: Departamento de Recuros Naturais Renováveis, 1967.  228 p. 14x19 cm.    Col. Bibl. Antonio Miranda

 

 

O GUAPURUVU OU GUARAPUVU

 

Leguminosa-Caesalpinioides: Schizolobium Parahybum

(S. Excelsum)

 

Um lindo guarda-sol alto. . . elevado,

E estampado das mais bonitas flores.

Guarnecido de verde ei-lo aureolado

Pelo azul, lá do céu, entre esplendores.

 

E na Praça da Alfândega, enfeitado,

Existe o guarda-sol com suas cores,

Ë um guarda-sol vivo e inegualado,

Exibindo, na praça, os seus primores..

 

Guapuruvu! Tão lindo e esplendoroso!

Da floresta és cacique poderoso,

Mas. . . imperas garboso na cidade.

 

Assim como um farol longe. . . isolado,

Apontas sempre o — porto ambicionado,

— Onde espero encontrar felicidade.

 

 

A GUAJUVIRA

 

(Borraginácea — Patagonula americana)

 

Na mata quando entrei naquele dia,

Senti uma emoção. . . deslumbramento. ..

Das árvores que o verde revestia,

O branco tinhas tu por ornamento.

 

Teu corpo, estrelejado, parecia,

(Tantas flores, abertas, no momento).

Um conjunto formando de estesia,

De graça, de beleza e sentimento.

 

Mas... da Beleza, presa não ficaste,

A Perfeição maior realizaste:

És útil na campanha e na cidade.

 

Pois em teu cerne impera a Resistência,

E são dele as tronqueiras da querência,

— Despertando nos velhos, a Saudade.

 

 

O CACAUEIRO

 

(Esterculiácea — Theobroma cação)

 

De origem, consideram-te divina.

Teu plantio, sementeiras e colheita

São festas religiosas, e culmina

Tua vida, da forma a mais perfeita.

 

Tua árvore, elegante, não se inclina,

Mas se elevando, entre outras, sempre eleita,

O tronco cravejado se ilumina

Pelos ramos o fruto luz. . . e enfeita.

 

Vives até cem anos calmamente...

A ofertar a riquíssima semente,

Ou amêndoa preciosa... e de valor.

 

Por aztecas, por inças descoberta,

Tua cultura é glória enorme e certa,

— A tornar um país, todo esplendor.

 

 

A FRUTA PÃO

 

(Morácea-Artocarpus incisa)

 

Essa árvore de folhas de esmeralda,

Lustrosas e dentadas, junto ao fruto,

Como a formar um berço, se desfralda

Em terreno propício ou mesmo bruto.

 

Ê de frutas de pão. E eis se engrinalda,

Generosa a nos dar, cada minuto,

O pão que ao sol ardente freme e escalda

A torná-lo mais lindo e mais enxuto.

 

Do paraíso veio, com certeza,

Onde aos anjos servia, com presteza,

Este pão nosso assim. . . Sem um trabalho.

 

E... de braços abertos — generosa:

— Inteira ela se oferta. . . prodigiosa!

— Ei-la: Ê frescura, alimento e agasalho.

 

 

CINAMOMO

 

(Meliácea — Melia azedarach)

 

Simples, modesto e útil cinamomo,

Que as estações vais sempre acompanhando.

Na primavera escrínio és, policromo.

As flores e os perfumes espalhando.

 

Ao forte do verão o teu assomo

É garboso, essa sombra ora nos dando.

E no outono pareces um rei momo

Ao fim de um carnaval se escabelando.

 

E... quando o inverno chega tu despido,

Mostras o pobre fruto ressequido,

E. . . esqueléticos braços para o céu.

 

E o céu escuta, então, a tua prece,

O sol esquenta e tudo reverdece,

— E o firmamento mostra-se sem véu!

 

 

PAU—BRASIL

 

(Leguminosa — Oaesalpinia echinata, Lamb.)

 

Ansiosa procurei-te pela vida,

oh! minha árvore histórica e sem par!

Encontrei-te afinal, ao alto erguida,

num horto, em Niterói, a meditar.

 

E abracei-te, contente e comovida,

o teu antigo fausto a relembrar.

E essa ambição do homem dendrocida,

que te buscava só para matar.

 

E... tão linda, tão alta e tão umbrosa,

em meio das irmãs surges medrosa,

de um pássaro distante. . . mas fatal.

 

Oh! não temas, já foste homenageada,

deste o nome ao Brasil — Pátria adorada

terra bendita. .. terra sem igual.

 

 

 

Página publicada em abril de 2014

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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