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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ANDRE DICK

 

André Henrique Dick possui mestrado em Literatura Comparada (2002) e doutorado em Literatura Comparada (2007) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura, e colabora, como ensaísta, nos sites Zunái e Cronópios, com textos sobre poesia moderna, abrangendo autores como Stéphane Mallarmé, Augusto e Haroldo de Campos, Paulo Leminski, entre outros.

Recebeu, além disso, a Bolsa de Estímulo à Criação Literária, da Funarte, em 2008, pelo livro "O equilíbrio do dia".

 

 

NA VIRADA DO SÉCULO – Poesia de Invenção no Brasil. Organização: Claudio Daniel e Frederico Barbosa.  São Paulo: LANDY Livraria Editora e Distribuidora Ltda, 2002.    348 p.  11,5 x 20,5 cm.         Capa: Camila Mesquita.  ISBN 85-87731-63-7   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

ALGUMA PALAVRA

 

alguma palavra,
fragmento, saudade,
cheiro que,

 

quando a porta
se fecha, apenas
deixa de sê-lo,

 

a não ser —
enquanto existe
— costuma durar,

 

ficando, às vezes,
na roupa, no cabelo,
na manga da camisa

 

como. cheiro de cigarro
sem a pretensão
de existir.

 

 

 

HORIZONTE

 

o horizonte se contrai
diante da janela,

 

deixa de ser

a semana que for

de setembro:

 

a sala sem mobílias,
onde havia a cortina,

 

quando o vento não afasta,
para as colinas em frente,

 

todo o espaço restrito
ao declive de casas,

 

para além, sempre

 

 

 

 

QUANDO

 

quando acordar
passa a ser
mais do que

 

um sol à janela,
cego de nadas:

 

um claro vazio
fios onde mais
se alternam vozes —

 

ramais de telefone,
passos para trás,
carros enfileirados,

 

sinaleiras vermelhas,
como as maçãs
sobre a mesa:

 

um tempo, aqui
ou ali, o mesmo
da véspera,

 

disposto a tudo,
mesmo a comentar
ruídos ou murmúrios.

 

 

MEDUSA. revista de poesia e arte.  Curitiba - PR  Editor Ricardo Corona    N. 10 - abr.-maio  20               Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

avenidas

avenidas cruzadas bem aqui
falam phones
públicos,

senhas mudas,
palavras senis

(outono
de uma folha
seca
por si)

entre bri-
sas,
cortam sons,

vozes
de carros

raios em
mil tons

o esgoto
corta
ao meio

a cidade
garbage
town


de  vez em quando

de vez
em quando

há alguma
luz que preenche

as frestas
tudo que resta

e, minimamente,
se estende

de um lado
ao outro da porta

um som
que se coloca

de dentro ou
de fora

e, sonoramente,
se estoura



de um corpo

de um corpo
a outro,

basta um silêncio
para dar
os contornos

alheios,
peito contra
os lábios,

pétalas lembram
seios,

na mão
aberta em
palmas

extensas,

se freio

 

 

                    num quadrado de
edward hopper

a vida destrói
um
sol quase esquecido
em alguma tela
de hopper:

posto de gasolina
abandonado,

onde um senhor,
talvez o dono,

em seu ócio
rega a grama

com sua bomba
de petróleo.

 

*

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Página ampliada em junho de 2022

 

Página publicada em abril de 2020

 

 


 

 

 
 
 
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