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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ÁLVARO SANTI

 

Álvaro Santi nasceu em Lajeado RS, em 1964. Graduado em Música e Mestre em Letras pela UFRGS, é Assistente Técnico da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre (SMC), onde coordena o Observatório da Cultura, projeto apoiado pelo Programa Barcelona Solidária e Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), para cidades integrantes da Rede CGLU-Cidades e Governos Locais Unidos e signatárias da Agenda 21 da Cultura. Integrou a Câmara/Colegiado Setorial de Música (2005-9) e o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC, 2008-9), junto ao MinC, como representante da sociedade civil. Atualmente é membro do Colegiado Setorial de Música do RS e Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre.

Como autor, lançou em 2012 Luta+vã, seu quinto livro de poesia, sucedendo a A aposta dos deuses (Independente, 2007), Dança das Palavras (IEL, 1998), O primeiro anel (SMC, 1996) e Viagens de uma caneta por meus estados de espírito: poemas escolhidos (UFRGS, 1992) - este o seu livro de estréia, premiado com o Troféu Armindo Trevisan/Prêmio UFRGS de Literatura; além de participação em várias antologias. Publicou ainda o ensaio Do Partenon à Califórnia: o Nativismo gaúcho e suas origens (UFRGS, 2004), sobre a poesia dos festivais de música nativista. Colabora com poemas e artigos para periódicos ou sites locais como o Jornal da UFRGS e nacionais como o Cultura & Mercado.
Ver mais na página do autor:
http://www.alvarosanti.com.br

 

SANTI, ÁlvaroDança das palavras.  Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, 1998.  80 p.  (Coleção 2000)  ISBN 85-7063-221-5  Capa: Flávio Wild (Macchina). Foto da capa: Ricardo de Abreu Neves.  Col. A.M. 

 

Soneto XII

 

     (que alguém dedicaria a mim)

 

Amar-te, como a escarpada montanha

escalar, será duro, ou mesmo pior:

como o monótono passo que ganha

quem conhece seu caminho de cor.

 

E vens a mim, parceiro da surpresa

oculta num olhar puro, risonho:

decerto serei tua próxima presa,

ou tudo não será mais do que sonho?

 

Outra noite mais, dormir sobre ti

sem respostas: não te queixas do peso,

nem direi ao certo se estás aqui.

 

Amar-te, sem saber o que é melhor:

se conservar meu coração aceso,

ou chamar os bombeiros. Que calor!...

 

 

Conferência

 

Nada que mor(r)e na língua

é estranho à minha poesia:

durmo com a palavra iria,

acordo com a musa nua.

 

A mim me ocorre somente

jogar palavras pra dentro

do liquidificador.

 

(Fonéticas fontes semânticas sementes gramáticas

gratuitas semióticos sentidos...)

 

Mas pergunto ao bom modelo:

onde arrumar os pronomes?

(E o que é pior, os leitores?

E a necessária paciência

para escutar dos doutores

as notórias novidades?)

 

No gordo Aurélio pesquiso

como emitir um juízo

claro, brilhante, conciso.

 

Qual o nome do léxico

feito idioma oficial,

de poderes proféticos

pra dizer o real?

 

Língua que veio boiando

d'além-mar, de tempos outros,

náufraga que recolhemos

entre os papéis de Camões...

 

Plantar e colher o que, afinal,

no "campo designativo da palavra"?

 

Exposta a língua em postas,

é tarde para estendê-la:

fio entre entendimentos.

E cedo entretanto

para nos entendermos

                                    sem ela.

 

 

 

Pequena história do homem

 

Deus

nasceu

e morreu.

Já a Prometeu,

pouco se lhe deu:

roubou rogo dos céus

para aquecer os seus.

Queimou os véus.

E o papel,

quem leu?

Eu.

 

 

 

Extraído de

 

 COLETÂNEA DE POESIA GAÚCHA CONTEMPORÂNEA.
 Organizador Dilan Camargo.  Porto Alegre: Assembleia
 Legislativa, 2013.  354 p.  ISBN 978-85-66054-002
 Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         Revertere ad locum tuu

                                                Inimigo oculto
                                           Eu já vi teu vulto.
                                           Sei quem você é.
                                              (Bebeto Alves)

                Repouso almejas?
        

         Desde o primeiro momento,
         um gameta em um milhão
         logra alcançar o seu alvo,
         por sobre um mar de fracassados.

         Começas da estaca zero:
         não tens sequer um nome
         e já forcejas por sair do um ventre.

         Mais tarde, para abrir distância
         de um regaço, quantos hematomas
         vão custar os teus primeiros passos?

         Depois do amor, no combate
         à dor da perda empenharás
         todo o teu talento.

         Por fim, te espreita sempre
         o inimigo oculto,
         desde dentro.

        

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2013. Ampliada em maio de 2018

 

 

 
 
 
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