ALMA WELT
(1972-2007)
escritora gaúcha nascida em Novo Hamburgo, poeta lírica, grande sonetista (escreveu cerca de 700 belíssimos sonetos), deixou uma obra profícua e numerosa.
A carruagem
Um piano toca no salão!
Ah! e não fui eu que coloquei
Um CD ou um velho long play,
Talvez seja o Vati, e então...
Ele voltou! Sim, ele me quer!
Vou ao seu encontro e sou mulher!
Sim, ele vai ver agora sou
Pelo menos a guria que sonhou.
Olha, Vati, há muito não me vias,
Mas de verso em verso muito errei
Pelo mundo, a viajante que querias...
E agora, com toda esta bagagem,
Leva-me contigo que eu irei
Quietinha, assim, na carruagem!
19/01/2007
Que falta... o meu Natal!
"Mudou o Natal, ou mudei eu?" (Machado de Assis)
Eis aí o Natal neste meu Pampa.
E eu não sei se gosto ou se minto...
Faltam tantos queridos, falta tanta
Emoção que agora não mais sinto!
A Mutti, o Vati, até a irmã*
Que me fazia picuinhas de Natal
Só pra não perder a mão do sal
Com que cosinhava a coisa vã.
E Alberto*, o meu fã embriagado
Que não obstante meu cunhado
Me declarava amor e coisa e tal...
Rôdo, onde está?* E a irmã Lúcia,
Pê e Pati e os anjinhos de pelúcia?*
Ah! Como faz falta o meu Natal!
23/12/2006
De
Alma Welt
O CIRCO
(POEMAS)
Capa e ilustra;'oes de
Guilherme de Faria
Edições do Pavão Misterioso
A Banda
Pequenas fanfarra mística
onde pistão e tambores
merecem nossos louvores
acima dos violinos
das flautas de toques finos
e de certos requintes
daqueles outros ouvintes
de tão outro parecer
que fomos (sem perceber)
antes de a lona adentrar
antes de ao rito ceder
O Palhaço
Se disse
que o palhaço
é triste
Seu nariz
em riste
vermelho
é um espelho
do bêbado
em nós
agora
outrora
ou após
A Amazona
misto de bailarina
e aventureira
fascina
e certamente comove
o jeito com que se move
no galope sincopado
do branco cavalo alado
em que dela s'ao as asas
de um voo insuspeito
n'ao sobre as nossas casas
enquanto na arena corre
ou sobre a nossa cidade
mas que ocorre
na verdade
dentro do nosso peito
P[agina publicada em agosto de 2010 |