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                   Foto: http://independent.academia.edu/  
                    
                    
                    
                  ADRIANO WINTTER 
                    
                    
                  É poeta e tradutor. Nasceu e reside em Porto Alegre, Rio  Grande do Sul. Integra as antologias: Escriptonita (Pátua,  2015), Prêmio Escriba (2015) e Femup (2010).  Tem coletâneas e traduções publicadas em revistas da Espanha, Portugal, México,  Chile, Colômbia, Argentina e Brasil. 
                    
                    
                  Biografia e poemas  extraídos do 
                  SUPLEMENTG. Belo  Horizonte, Minas Gerais, Março/Abril de 2018.   Edição no. 1.377. p. 30 
                    
                    
                  
                      
                           ANTOLOGIA 
                     
                            assim como espera 
                      da flor 
                      a esfera 
                      triunfal do fruto 
                       
                      o  mundo empurra 
                      o eu 
                      do  poeta 
                      para o abismo 
                     
                                                            e  vós 
                      que  mordeis 
                      a polpa 
                      macia 
                                                                nem  mesmo 
                      sabeis 
                      que o  verso 
                      é um compêndio 
                      de quedas se gritos 
                      
                      
                      
                           SEXO É QUANDO 
                       
                       
                      nossos poros 
                        crispado  de fome 
                        capturam à unha 
                        anjos  nômades 
                       
                        e  as psiques 
                        ancoram  sua pane 
                       
                        no balanço 
                        feroz  dos relâmpagos 
                      
                      
                      
                           O ABISMO 
                      
                                              a imensidade 
                      do nada 
                      rolando para  os lados 
                       
                      a  expansão 
                      do chão 
                      para baixo 
                       
                      o esqueleto do tempo 
                      que a raiva arrasta 
                      entre as  rochas 
                       
                      as  brasas  
                      brilhando 
                      no breu 
                      meus  solhos 
                      voltados 
                      para  o ápice 
                       
                                                donde  
                      o sonho 
                      tomba 
                     
                       
                       
                      AMOR É QUANDO 
                       
                      roçando 
                      a pelúcia do sonho 
                                                     como pombos 
                      os poros revoam 
                      
                                  e os âmagos  
                      sofrem transplantes 
                      para  o fundo 
                      feliz dos diamantes 
                      
                   
                    
                    
                    
                    
                  Página publicada em agosto de 2020 
                           
                     
                   
                
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