TERESA CRUZ
Nasceu no Rio de Janeiro.
Professora e poeta.
POESIA VIVA. Ano 13 – No. 39 –Maio de 2009.
Rio de Janeiro: UAPÊ Espaço Cultural Barra Ltda.
Editora Uape@terra.com.br
BEM-VINDO BENDITA
A cor do canto pra se viver é a cor
da dor de quem cantou pra esquecer.
Canto negro na noite no luto na luta.
Viés de veia liberta — libertador.
No barraco festa, dança; canção.
Música no salão, no rastro chiado
da sola do sapato — xaxado.
No baile como bailado — baião.
No quintal da tia, alforria.
Negro cantava dançava criava.
Música nenhum senhor tirava.
Estava no corpo na mão. Autoria.
Forró, divertida brincadeira
confusão, circula no sangue grosso,
no ritmo, na sola do pé, no osso.
Arte, bendito gozo — bandeira.
Cerzindo acordes pelo caminho.
Bendita música — existência.
Bem-vindo o negro — essência.
Página publicada em setembro de 2020
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