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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TEIXEIRA DE MELLO
(1833-1907)

 

José Alexandre Teixeira de Melo (Campos dos Goytacazes, 28 de agosto de 1833 — Rio de Janeiro, 10 de abril de 1907) foi um médico, jornalista e escritor brasileiro. Filho homônimo de José Alexandre Teixeira de Melo e de Eugênia Maria da Conceição Torres, fez o curso de "Humanidades" no Seminário São José. Ingressou na Faculdade, ocasião em que participou de grupos literários e escreveu "Sombras e Sonho" (publicado em 1858). Formou-se em Medicina em 1859, mudando-se então para a cidade natal onde clinicou e começou a escrever para jornais, assinando os artigos com o pseudônimo de Anôdino.

Em 1875 volta ao Rio de Janeiro, transferindo-se para a então capital do Império. No ano seguinte foi nomeado para chefiar a Seção de Manuscritos, da Biblioteca Nacional, depois para a Seção de Impressos e, em 1895, tornando-se-lhe o Diretor, cargo que ocupou até sua aposentadoria, em 1900. Além dos jornais, publicou nos "Anais da Biblioteca Nacional", na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (do qual era membro) e na Gazeta Literária.  Fonte: wikipedia

 

OLIVEIRA, Alberto dePágina de ouro da poesia brasileira.  Rio de Janeiro: Livrria Garnier, 1929?   419 p. 11,5x18 cm.  capa dura.  Impresso em Paris por Imp. P. Dupont.  “ Alberto de Oliveira “  Ex. bibl. Antonio Miranda

(com atualização ortográfica:)

 

ESQUECIMENTO

Quando eu cair cansado da romagem,
Uma ave só não quebrará seus cantos;
Ninguém meu leito há de juncar de flores
Nem o pó de meus pés lavar com prantos.

Quando eu lançar dos ombros já dormentes
O roto manto dum viver sem glória,
Ninguém meu berço embalará chorando,
Quem do meu nome guardará memória?!

Por mim, que a vida atravessei cantando,
Por mim, que o mundo chamará de louco,
Ninguém um riso apagará dos lábios.
Dos lábios, onde a dor dura tão pouco!

Eu fui na terra o eco do abandono!
Fui astro errante e de emprestado brilho!
Não descobri nos ermos da romagem
Um marco, um só! Que me ensinasse o trilho!

Cantei; mas foi meu canto o som convulso
Do regougo do mar nas tempestades!
Sonhei como Gonzaga, amei como ele,
E deixo a vida sem deixar saudades.

Folha de um ramo desgrenhado à tarde
— Despregada no inverno e solta ao vento —
Fui tanta vez também rolar por ermos,
Seguindo sempre o mesmo pensamento.

Amei a infância na mulher que amara,
De olhar de fogo e coração de gelo.
Dormi com crenças, acordei descrido;
Prendi a vida a um longo pesadelo.

Passei na terra — como à flor dos mares
Num céu de bronze um bando de andorinhas;
Elas gemem talvez, gemi como elas;
Mas ninguém escutou as queixas minhas.

Vaguei comigo só pela existência,
Fitos debalde os olhos no caminho,
Sem uns laivos de amor e de verdade
Nem ninguém, meu Deus! sempre sozinho.

Quero agora em frouxel, à beira d´água,
Onde o canto do mar me embale a medo,
Descansar da romagem no deserto,
Como um riacho à sombra do arvoredo.

Não tem dobre o finado em leito estranho
Nem letreiro nem cruz nem pedra — Embora!
Por ínvia solidão, sem musgo, à sombra,
Posso, como vivi, dormir agora!

Que noite vou passar — amadornado
No seio imenso e nu da eternidade!!
Talvez lá venha iluminar-me os sonhos
Uma réstia de luz e de verdade!

A dois passos de mim lá corre a louca
Ao mar da eternidade em que se lança!
Rio de lodo, quis sondar-te em seios
Que há de em pouco esconder minha lembrança.

Magdalena gentil, eu te amo tanto!
Contigo sonho em noites de abandono,
Contigo acordo e nutro-me de insônias,
Até que em teu regaço eu tenho sono!

Em que lençol vais embrulhar meus ossos,
Quando eu mudar de pó e isolamento!
Dura verdade que aprendi comigo: —
Pesa mais que a mortalha — o esquecimento!

 

HADAD, Jamil Almansur, org.   História poética do Brasil. Seleção e introdução de  Jamil Almansur Hadad.  Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio         Abramo.  São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943.  443 p. ilus. p&b  “História do Brasil narrada pelos poetas. 

HISTORIA DO BRASIL – POEMAS

 

A INDEPENDÊNCIA E O IMPÉRIO


         AGUIRRE
( Aos vencedores de Paisandú )

Um hino à glória!
Eu canto o feito heroico
Desse punhado indômito de bravos,
Que foi além, à custa do seu sangue,
Grilhões quebrar dos pulsos dos escravos.

Tinto vem ele ao sangue das batalhas,
Mas sangue de inimigo e não de irmão;
Todos à morte caminharam rindo,
E todos eles voluntários são.

Bem puderam vingar-se, mas valentes,
Heroicos campeões da liberdade,
Venceram nobremente, ao mundo dando
Um belo exemplo de alta heroicidade.

Leões na pugna e no vencer magnânimos,
Respeitaram o fraco e o prisioneiro,
E aquele que perdão pedir-lhe veio
Achou-o logo... É belo! é brasileiro!

Sabem morrer, sabem vencer os filhos
Da generosa plaga americana!
São dignos da vitória... almas fundidas
No molde antigo e têmpera espartana.

Foram mostrar àqueles assassinos
Que o brasileiro é generoso e altivo:
Sabe vencer a peito descoberto
E deixa livre o que encontrou cativo.

Um passo mais! E as almas dos valentes,
Que Paisandú regaram do seu sangue,
Hão de invejar-nos , quando aos vossos golpes
A tirania estrebuchar exangue;

Quando de Aguirre o lívido cadáver
For pasto a corvos — no revolto solo,
E a loira liberdade foragida
Reinar onde a traição erguia o colo.

Um passo mais! denodados filhos
Do valoroso Império do Cruzeiro,
Mais valioso triunfo vos espera...
Sereis dignos do nome brasileiro.

Vamos mostrar àquele assassinos
Que não nos move a sede da conquista;
Vamos levar a paz e a liberdade
A um povo cuja sorte nos contrista.

Eu canto pois à glória!
Canto o heroico feito
Dessa falange indômita de bravos,
Que foi além, à custa do seu sangue,
Grilhões fundir os pulsos dos escravos.

 

AS ARMAS DO BRASIL

(A notícia da passagem do Passo da Pátria)


Mais uma vez engrinaldou a glória
As fontes marciais aos nossos bravos,
E o brasílico pendão
Desfraldado aos canhões tremula ovante
Nos muros derrocados, símbolo augusto
De uma augusta ilusão.

A semente levamos-lhe fecunda
Da liberdade; em breve hão de das trevas
Em que andavam — surdir;
Há de a semente germinar em breve
Da árvore santa, a cuja sombra os povos
Dormirão no porvir...

Brado ingente e frenético de aplauso
Nos livres horizontes repercute
Da América gentil.
O mundo inteiro há de invejar teus feitos,
Ó minha pátria! e respeitar-te agora,
Meu formoso Brasil!

Insultaram-te escravos, e tu, grande,
Generoso — por paga das ofensas,
De funda ingratidão.
Os ferros vais quebrar-lhes que os sujeitam
Ao carro triunfal do despotismo,
Da bruta escravidão.

Pois, havia na América — tão livre! —
Um ponte onde rugia à rédea solta
A escravidão fero?!
Onde o sol refletia sobre algemas?
Onde o vento, tão livre nas florestas,
Era um insulto atroz?!

E sofria-te o ânimo valente
Este escárnio pungente à liberdade
Que o teu berço embalou?!
E os ossos dos Andradas nos sepulcros
Não tremeram de pejo à amarga afronta
Que as faces te corou?!

Caro custa a vitória! Nunca aos nossos
A vertigem da morte apaga a sede
Gloriosa de vencer:
Pelejam como heróis, e quando morrem
Na luta ou das feridas, são ainda
Sublimes ao morrer!

E quando um dia a vox ferrea eterna
— A HISTÓRIA — memorar os altos feitos

       Dos sul-americanos,
Quais foram mais valentes nos combates
Se nós ou se os romanos.

 

Esplende o Sol! Triunfa a liberdade!
As auras tropicais aos astros levam
O nome do Brasil...
Ei-lo já perto o último reduto
Da tirania!... Iremos derrotá-los,
No seu próprio covil!

 

Podes agora erguer a fronte altiva,
Cercada do esplendor da majestade
Que a vitória te deu!
O mundo inteiro te admira as glórias,
Ó minha pátria! Ergue teu voo, ó Águia!
Às amplidões do céu

                              (Obra citada)

 

 

*

 

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Página ampliada em outubro de 2021

Página publicada em julho de 2015


 

 

 
 
 
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