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CARDOSO, Tanussi. Viagem em torno de. 2ª edição. Rio de Janeiro: 7Letras, 2001. 80 P. cm. ISBN 85-7388-173-9 “Prêmio ALAP de Cultura 2000” e “Prêmio Capital Nacional – 2000 Jornal o Capital, Aracaju, SE” Col. A.M.
AS MORTES
quando o primeiro amor morreu eu disse: morri
quando meu pai se foi coração descontrolado eu disse: morri
quando as irmãs, mortas a tia morta eu disse: morri
depois, a avo do Norte os amigos da sorte os primos perdidos o pequinês, o siamês morri, morri
estou vivo a poesia pulsa a natureza explode o amor me beija na boca um Deus insiste que sim
sei não acho que só vou morrer depois de mim
QUADRIGRAFIAS: Elaine Pauvolid, Márcio Catunda, Ricardo Alfaya, Tanussi Cardoso. Rio de Janeiro: Uapê, 2015. 212 p. 14X21 cm. ISBN 978-85-8154-017-7 Ex. bibl. Antonio Miranda
ASAS
Dentro de mim existem asas.
Às vezes, voam para viverem o sonho de completude e amplidão.
Pura ilusão.
Voltam a habitar o seu lugar seguro.
Liberdade não precisa de asas para sair do escuro.
AUTORRETRATO
O tigre, em silêncio, é o que penso.
Quando ataca, é o que posso.
DOS SIGNIFICADOS É o poema aquilo que tentamos É o poema labirinto de encantos É o poema o que possuímos
TEXTO EN ESPAÑOL
Tradução de LEO LOBOS (Chile, 2013) DEL APRENDIZAJE DEL AIRE el aire inexistente a la luz de los ojos imaginemos el aire sin sentirlo sin el sofocante olor de las abejas el aire sin cortes sin fronteras el aire sin el cielo el aire del olvido imaginémoslo fotografiado fantasma sin textura moldura inerte cuadro de sugestiones y apariencias imaginemos el aire paisaje blanco sin el poema vacuo impregnado de Dios el aire que sólo los ciegos ven el aire el silencio de Bach
Así
DO APRENDIZADO DO AR
imaginemos o ar solto na atmosfera / o ar inexistente à luz dos olhos / imaginemos o ar sem senti-lo / sem o sufocante cheiro de abelhas e zinabre / o ar sem cortes e fronteiras / o ar sem o céu / o ar de esquecimentos / imaginemos fotografá-lo /fantasma sem textura / moldura inerte /quadro de sugestões e aparências / imaginemos o ar / paisagem branca sem o poema / vácuo impregnado de Deus / o ar que só os cegos vêem / o ar silêncio de Bach // imaginemos o amor /assim como o ar
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