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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto extraída de http://poetasdobrasil.blogspot.com/

 

 

 

 

RUBENS VENÂNCIO

 

 

Rubens Venâncio Filho nasceu no Rio de Janeiro, reside em Juiz de Fora e atua como médico psiquiatra em ambas as cidades. "No azul da adolescência" .aprendeu que, "ao contrá­rio das pombas, que voltam aos pombais, os sonhos aos corações não voltam mais". Este e outros ensinamentos se corrigem ao longo da viagem. Os Poetas e a Poesia lhe têm dado uma visão transcendente da vida.

 

O que é a Poesia /Se não um sentimento
Insinuado à revelia /Num comportamento?

 

Manifesto num olhar / De tristeza ou alegria
Expresso no falar / Perpetuado na grafia?

Poesia é uma atitude / Que faz ter da vida
A noção da completude

 

Só com olhar de poeta / A vida é pressentida
Na sua visão completa

 

Veio do pó. Ao pó voltará. Pó. Eta! Poeta? Um bom pequeno poeta, talvez. Como dizia, a seu próprio respeito, Béranger.

 

 

 

POESIA DO BRASIL.  Vol. 5.  XV CONGRESSO BRASILEIR0 DE POESIA. Org. Ademir Antonio Bacca.  Bento Gonçalves: Proyecto Cultural Sur - Brasil, 2007.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

Sou o maior planeta
do Sistema Saudade.
Em torno do Amor,
meu sol,
gravito,

grávido de você.

 

 

 

Ocorreu comigo

um abalo sísmico.
O epicentro é você.
Habita o meu Ser
um tsunami de Amor,
que emerge em minha
boca cheia d'água,
ao encontro de
nossas geografias

 

 

 

 

Amo em você
minhas esperanças
Que não sabia
que eram esperanças
Nem que eram
minhas

 

 

 

Preparativos de Viagem

 

Dar banho em você
Passar óleo em seu corpo
Vestir a camisola
Pegar no colo
Levar pra cama

 

 

 

 

A saudade de você me acompanha
Feito uma sombra paradoxal
Nascida na falta tamanha
Da luz de sua presença real

 

Ela envelhece e a mim também
Mas apenas temporariamente morre
Quando revejo você, porém
E um breve alento me socorre

 

Sem você nunca sei onde estou

Mas a sombra paradoxal, saudade-fênix

Logo me encontra por onde vou

 

E me maltrata certa da impunidade

A renascer como eu jamais quis

E só morrer quando eu morrer de verdade

 

 

 

 

       Diálogo

 

"Sou um porto
Sentindo que o navio
Se afasta mar adentro.
A angústia do porto
É não saber

               Se o navio volta,

               Ao mesmo tempo sabendo

               Que outros portos

               O aguardam."

 

               —"A angústia do navio
É não ter a certeza

                  Que existam outros portos.
Segue mar adentro
Também sem saber
Se voltará ao seu porto seguro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Se nós dois fôssemos vogais
Formaríamos ditongos
Hiatos jamais
Se fôssemos consoantes
Formaríamos dígrafos
Jamais

Encontros consonantais

 

 

 

 

Tentativa de Lunicídio

 

O sol foi levado a julgamento
Por se esconder ao fim do dia
E com este comportamento
Estimular a boemia

 

A acusação partiu da lua
Vendo que eram inoperantes
Suas ações em cada rua
Ante o ímpeto dos amantes

 

O júri, como presidente,
Teve o Meritíssimo Amor,
E declarou o sol inocente

 

À lua o juiz por fim disse:

— "Não fizesse o sol este favor

E a senhorita talvez não existisse"

 

 

 

 

A reta tem pressa
A curva tem graça

 

 

 

 

 

Página publicada em outubro de 2020

 

 

 

 

 

 

                                    

 


 

 

 
 
 
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