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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                 Fotografia extraída de https://www.poetasdelmundo.com/

 

RODOLFO MUANIS

 

Rodolfo Muanis publicou dois livros de poesias: "O Meu Reino de Poemas e Canções" (Editora Papel Virtual, 2000) e "Acaso" (edição do autor, 2003). Desde 2000 tem se apresentado em diversos recitais, espaços culturais, escolas, congres­sos e festivais falando poemas de sua autoria e também interpretando versos de outros autores.

Entre outros, esteve no Congresso Brasileiro de Poesia de Bento Gonçalves, FestCampos de Poesia Falada, Festival de Poesia Falada de Varginha-MG e eventos de prestígio na cidade do Rio de Janeiro como: Poesia nos Arcos, Panorama da Palavra, Ponte de Versos, Alto-Falante Cultural, Cep 20.000 e Primavera dos Livros.

 Apresentou e coordenou, em parceria com Jiddu Saldanha, de 2003 até 2004, o Poesia na Quarta Capa, mostra de poesia contemporânea que ocupava mensalmente o Espaço Cultural Constituição no centro do Rio de Janeiro. É formado em Administração de Empresas, professor universitário e atualmente desenvolve uma dissertação de mestrado na Fundação Getúlio Vargas sobre a in­clusão social por meio de atividades culturais gratuitas.  

 

POESIA DO BRASIL.  Vol. 5.  XV CONGRESSO BRASILEIR0 DE POESIA. Org. Ademir Antonio Bacca.  Bento Gonçalves: Proyecto Cultural Sur - Brasil, 2007.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

Ensaio poético sobre a curva que se forma
no rosto da amada quando sorri

 

Quando você sorri
uma delicada curva
separa as maças do rosto
os lábios generosos

 

e uma avalanche branca
se ruboriza angelical.

 

Graciosos flocos atingem a todos.

 

Em meu peito faz alvoroço.

 

O azul do olhar

parece nascente de rio

prestes a escorrer lágrima de alegria.

 

Um diamante não traria tanto brilho.
Para uma pérola é um desafio.
Para o pintor é o traço precioso
que trará valor inestimável ao quadro.

 

Para o poeta

é apenas o desabrochar da flor
exalando delicioso perfume
enquanto o amor o invade.

 

 

 

O Cinema Paradiso da Vida

 

"A vida não é como você viu no cinema.

A vida é mais difícil."

Alfredo, em "Cinema Paradiso"

 

 

É a poesia do olhar.
O encanto do menino
pela magia da tela.

 

O primeiro grande amor,
alumbramentos e beijos
que todos sonhamos para sempre.

 

Nossa película da vida
rodando todo dia
tornando inesquecíveis
aquelas cenas mais belas
que pedem sempre reprises.

 

Nos dramas, nas alegrias,

as chuvas de lágrimas, emoções.

Todos nós já choramos

nas salas escuras de projeções.

 

E quantas lágrimas já travamos

no ver ao vivo de nossos corações?

E as falsas gargalhadas

de nossas comédias de vidas privadas?

 

Um dia a luz se acende,
fade out, a tela se apaga.

 

O cinema, o passado paradiso,
desaba diante dos nossos olhos.

 

Mas nosso filme jamais sairá de cartaz
na sala de projeções da nossa memória.

 

 

 

       Cumplicidade

 

Ao amanhecer

todas as tuas curvas

estão despidas.

Os contornos litorâneos

pedras e arrecifes

todos vistos a olhos nus.

O sol começa a dourar a pele

e eu não resisto em me banhar no teu sal.

 

Ao meio-dia

tuas águas se agitam

o vento sopra mais forte

e toda a tua beleza de fada

começa a se esconder

por debaixo do lençol d'água.

 

(vou me inundando de sentimentos)

 

Ao cair da noite

todos os seres do mar que te habitam
se amam sem pudor
para multiplicar a vida.
O brilho do plâncton
ilumina teus olhos.

 

Desço as mãos por tuas costas

enquanto aconchegas o rosto em meu peito.

 

Percebo, que o nosso amor,

é impulsionado por esta força fabulosa

que equilibra a lua sobre a terra.

 

Percebo, que o nosso amor,

é de uma cumplicidade tão bonita

quanto a das marés com o mar.

 

 

 

       pudesse 

pudesse a razão
controlar os desejos
pudesse não lembrar
do sabor dos teus beijos
pudesse o olhar
não ser câmera de cinema
e a memória película
pudesse você
não ser tão bonita
pudesse o amor
voltar a ser vida
e não apenas mais
sangrar de feridas
pudesse o perdão
habitar o coração
pudesse cada um
ser aquilo que sente
ser forte, carinhoso
envolvente
pudesse o poema
fazer refletir
e semear o retorno
pudesse eu
começar tudo de novo
reviver o ciclo do ouro
resgatar os anos
secar os prantos
pudesse você
entender que
te amo

 

 

 

 

singela homenagem para
todos os dias*

 

mágicas e delicadas

as curvas, os perfumes, os sorrisos

repletas de azul, verde, vermelho, branco, amarelo

florescendo vida em seus ventres maternos

 

dos seus seios brota o leite

que dará força aos filhos, filhas e homens

 

sem o poder de suas varinhas
seríamos apenas nada

 

só as mulheres podem seriadas

 

(* poema escrito no Dia Internacional da Mulher)

 

 

 

 

para sempre

 

para sempre

não é algo distante

tão pouco inalcançável

 

para sempre
é o presente
que se deseja eterno

 

 

 

Página publicada em outubro de 2020

-

 

 


 

 

 
 
 
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