Detonação
Reformador de estruturas
Falou o crítico
Educando
Sobre a ignorância falou o crítico
Ofendido
Armado até os dentes
“É preciso cultivar a divindade
Arrancar do coração o dejeto
Perdão! “Objeto”
Uma teoria espiritual
Certo, colossal!
E o pobre cavalo de ferro
Não desgasta Zé!
Sociedade anônima dá pé
No bolso do mundo patriarcal
Paisagístico
Nas entranhas metafísicas
A luta em vida dos opostos mortais
A gozar o sexo molhado e reprimido
Lido olhado ouvido esquecido
Esporeando anda... anda...
Desanda...
E anda...
Rumina a forragem escassa
Cagada do alto
Onde as estrelas iluminam
Ofuscam o assalto
Mudança empírica
Retirar o berço da menina da trança
Esplêndido!
Deixa cair o deitado eternamente
Em sono lento
Que parta a espinha
Pra não andar
Dobrar os joelhos
Pra não rezar
Das cinzas faz-se um novo modelo
De sangue pinta-se um quadro:
Uma paisagem continental por exemplo
Ode ao motorista
Ode é ódio
Choferal é choferal
Motor é choferal
General Severiao é uma rua
Federal segura o volante
Gasolina é choferal
Ina tiro no final
Mata como centopeia
Rata é choferal
Como a fera serena
— Leão de Androcles
Solto na arena
Shall com ica
Retira o choferal carnaval
— Carne com festival de navio
Choferal
Filha da puta institucionalizada
Choferal neta da mãe de um deus
Seu choro vela o cheval
Choferal geléia geral
Realizada depois da monarquia
De um modo de produção
Do brasil dos brasões
Com rima tropical e banal
O que o outro tem
Do mais perto que sente
Tem o amor do cão abandonado
Este amigo soltador de pelos
Pregados no tapete azul
Do mais longe, tem a mãe
Tão preocupada em outra cidade
Que lambe seu sexo à distância
Cultivando a ereção impossível
Tem também como vizinhos
Os que pagam salários
Os que visam pecúlios
Segurando a ditadura
Pra viver & para morrer
E tem a ideia experimental
Exclusiva do poeta do processo
Estabelecendo o nada de novo
Dourando a propriedade do velho
E tem sua mulher esperando
Que já ganhou carrinho usado
Por isso apodrece o esperma
Para regar a tranquilidade
Com o mijar do homem bem vestido
Mandala
(o querer da arte questionado)
Uma cabeça aberta a golpes de estado
Que não dói nem rola se estudada fria
depois do cadafalso francês donde sumiram a escada.
Você!
Limpa de água e complemento — sabonete.
No primeiro dia, depois à falta chamada necessidade,
somente algumas horas deste primeiro dia,
sem a limpeza, secador elétrico, quentura nos cabelinhos.
Quero um dia apenas do terceiro-futuro.
Em pé feito uma interrogação, ficar diante do voto secreto.
(Quero o corpo abusado)
Poder arriscar a palavras — usar dentro do riscado.
Quero você queira ou não queira trincar o risco.
Numa noite diante de mim
e de todas as imagens que vêm sendo formadas.
Venha você vestida com o pano mais difícil de rasgar
Se prepare para um discurso tumultuado de céu claro
Dali seu corpinho são será molhado para mim mas por mim.
Quero entrar em você, olhos e óculos de alcance
Beijar (linguar) todo seu conhecimento. Lamber
Me entregar à posse de sua autoridade desconhecida
de noviça.
Eu!
Eu ofereço a eternidade de um fato consumado.
Daí o resistir, o resistir da exigência
de uma noite / dia / noite / dia.
Exigir a minha poesia em pedra-sabão.
E os olhos cansados de uma maneira inteligente
desde a testa até a estrutura do pezinho.
Violar a criança que sei mulher
com muito amor surpresa e antiguidade.
Espero um assassinato completo:
com juiz, promotor, advogado.
Todos ensanguentados.
Por tudo isso, por nada, exijo pedra sabão
pra lavar e esculpir uma grande dúvida.
Exercício de tiro
(Do atirador
A volta do que sentiu falta
Da carga pesada pela balança
Asssumida na ida e num livro
Previdente pois descalço
O pé do homem na máquina
Aumentou o peso burguês
Sobre tudo sobre todos
E a gravata não é borboleta
Por falta de asa para voar)
Se o sonho acabou
Não posso pensar
No que ante de vir
Chegou atrasado
Se a pedra é pré-histórica
Não me interessa o estudo fóssil
O cu da mãe aguado sentado
Sente a natureza do chão e lava
O poema escrito com areia
Este sim espera paciente a maré
Como todo recital sólido
Diante do sol que o derrete
Pois a poesia é puta de saber|
Que sua sombra petrificada
Tem o sal das coisas aproveitadas
Se a pedra portanto
Tem pouco peso e passado
Basta a qualidade da mão em bólide
A esculhambar figuras ótimas
E uniformes
Faz-se a porrada nos contramestres
Viso eu ao verso conversível
Não aos abraços como se alvos embaçados
Fossem claros frutos tropicais
Enquanto tiros reais se alojam e ficam
...