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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

RICARDO G. RAMOS

 

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1942. Jornalista.

 

Extraído de

HOLLANDA, Heloisa Buarque de, seleção e introdução. 
26 POETAS HOJE. Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976.  206 p.  ilus.   18 cm. (Coleção de Bolsos Labor, 1) 

Inclui os poetas: Adauto, Afonso Henriques Neto, Ana Cristina César, Antonio Carlos de Brito, Antonio Carlos Sechin, Bernardo Vilhena, Carlos Saldanha, Chacal, Charles, Eudoro Augusto, Flávio Aguiar, Francisco Alvim, Geraldo Eduardo Carneiro, Isabel Câmara, João Carlos Pádua, Leila Miccolis,s Leonardo Fróes, Luiz Olavo Fontes, Ricardo G. Ramos, Roberto Piva, Torquato Neto, Vera Pedrosa, Waly Sailormoon, Zulmira Ribeiro.

 

 

            Detonação

        Reformador de estruturas
Falou o crítico
Educando
Sobre a ignorância falou o crítico
Ofendido
Armado até os dentes
“É preciso cultivar a divindade
Arrancar do coração o dejeto
Perdão! “Objeto”

         Uma teoria espiritual
Certo, colossal!

         E o pobre cavalo de ferro
Não desgasta Zé!
Sociedade anônima dá pé
No bolso do mundo patriarcal
Paisagístico

         Nas entranhas metafísicas
A luta em vida dos opostos mortais
A gozar o sexo molhado e reprimido
Lido olhado ouvido esquecido

         Esporeando  anda...  anda...

         Desanda...

         E anda...

         Rumina a forragem escassa
Cagada do alto
Onde as estrelas iluminam
Ofuscam o assalto

         Mudança empírica
Retirar o berço da menina da trança
Esplêndido!
Deixa cair o deitado eternamente
Em sono lento

         Que parta a espinha
Pra não andar
Dobrar os joelhos
Pra não rezar

         Das cinzas faz-se um novo modelo
De sangue pinta-se um quadro:
Uma paisagem continental por exemplo

 

        Ode ao motorista

        Ode é ódio
Choferal é choferal

         Motor é choferal
General Severiao é uma rua
Federal segura o volante

         Gasolina é choferal
Ina tiro no final
Mata como centopeia

         Rata é choferal
Como a fera serena
— Leão de Androcles
Solto na arena

         Shall com ica
Retira o choferal carnaval
— Carne com festival de navio

         Choferal
Filha da puta institucionalizada
Choferal neta da mãe de um deus
Seu choro vela o cheval

         Choferal geléia geral
Realizada depois da monarquia
De um modo de produção
Do brasil dos brasões
Com rima tropical e banal

 

         O que o outro tem

         Do mais perto que sente
Tem o amor do cão abandonado
Este amigo soltador de pelos
Pregados no tapete azul

         Do mais longe, tem a mãe
Tão preocupada em outra cidade
Que lambe seu sexo à distância
Cultivando a ereção impossível

         Tem também como vizinhos
Os que pagam salários
Os que visam pecúlios
Segurando a ditadura
Pra viver & para morrer

         E tem a ideia experimental
Exclusiva do poeta do processo
Estabelecendo o nada de novo
Dourando a propriedade do velho

         E tem sua mulher esperando
Que já ganhou carrinho usado
Por isso apodrece o esperma
Para regar a tranquilidade
Com o mijar do homem bem vestido

 

         Mandala

                 (o querer da arte questionado)

         Uma cabeça aberta a golpes de estado
Que não dói nem rola se estudada fria
depois do cadafalso francês donde sumiram a escada.

         Você!
Limpa de água e complemento — sabonete.
No primeiro dia, depois à falta chamada necessidade,
somente algumas horas deste primeiro dia,
sem a limpeza, secador elétrico, quentura nos cabelinhos.
Quero um dia apenas do terceiro-futuro.
Em pé feito uma interrogação, ficar diante do voto secreto.

         (Quero o corpo abusado)
Poder arriscar a palavras — usar dentro do riscado.

         Quero você queira ou não queira trincar o risco.
Numa noite diante de mim
e de todas as imagens que vêm sendo formadas.

         Venha você vestida com o pano mais difícil de rasgar
Se prepare para um discurso tumultuado de céu claro
Dali seu corpinho são será molhado para mim mas por mim.
Quero entrar em você, olhos e óculos de alcance
Beijar (linguar) todo seu conhecimento. Lamber
Me entregar à posse de sua autoridade desconhecida
de noviça.

         Eu!
Eu ofereço a eternidade de um fato consumado.
Daí o resistir, o resistir da exigência
de uma noite / dia / noite / dia.
Exigir a minha poesia em pedra-sabão.
E os olhos cansados de uma maneira inteligente
desde a testa até a estrutura do pezinho.
Violar a criança que sei mulher
com muito amor surpresa e antiguidade.

         Espero um assassinato completo:
com juiz, promotor, advogado.
Todos ensanguentados.
Por tudo isso, por nada, exijo pedra sabão
pra lavar e esculpir uma grande dúvida.

 

                  Exercício de tiro

(Do atirador
A volta do que sentiu falta
Da carga pesada pela balança
Asssumida na ida e num livro

                   Previdente pois descalço
O pé do homem na máquina
Aumentou o peso burguês
Sobre tudo sobre todos

                   E a gravata não é borboleta
Por falta de asa para voar)

         Se o sonho acabou
Não posso pensar
No que ante de vir
Chegou atrasado

         Se a pedra é pré-histórica
Não me interessa o estudo fóssil

         O cu da mãe aguado sentado
Sente a natureza do chão e lava
O poema escrito com areia

         Este sim espera paciente a maré
Como todo recital sólido
Diante do sol que o derrete
Pois a poesia é puta de saber|
Que sua sombra petrificada
Tem o sal das coisas aproveitadas

         Se a pedra portanto
Tem pouco peso e passado
Basta a qualidade da mão em bólide
A esculhambar figuras ótimas
E uniformes

         Faz-se a porrada nos contramestres

         Viso eu ao verso conversível
Não aos abraços como se alvos embaçados
Fossem claros frutos tropicais
Enquanto tiros reais se alojam e ficam

         ...

 

Página publicada em junho de 2018

 

 

 
 
 
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