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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://pessoafisica.wordpress.com

 

RENATA FRADE

 

é escritora e jornalista. Em 2016 fez parte de duas antologias de contos e poesias Antologia Patuscada (contribuiu com conto e poesia, Editora Patuá) e Contágios (organizada pelo jornalista José Castello, autora do conto Irmandade, pela Oito e Meio). Trabalha ainda como empreendedora editorial e é sócia-fundadora da Punch!.

Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj, com dissertação sobre mercado editorial. Jornalista formada pela PUC-Rio, foi repórter dos jornais Extra e O Globo e resenhista de lançamentos literários e sobre jornalismo do  Ideias (Jornal do Brasil). Atua com Marketing e Comunicação há 15 anos no Mercado de livros para entidades (SNEL, LIBRE, Fundação Biblioteca Nacional), editoras, escritores. Especialista em transmedia no M.I.T. e em Novas Mídias em Stanford.

Realiza construção de marca e carreira literária para autores Punch! for Writers. Organizadora e co-autora de O Livro Delas, lançado pela Rocco na Bienal do Livro SP 2016: uma das plataformas de LitGirlsBr, primeiro projeto multiplataforma transmídia de literatura nacional para jovens no país criado pela Punch!.

 Foi co-organizadora e uma das curadoras do Ciclo Mercado Editorial realizado pelo Selo Editorial Lima Barreto, na UERJ, em julho de 2016.

Biografia extraída de: bn.gov.b

 

ANTOLOGIA DO DESEJO  /  VÁRIOS AUTORES.  LITERATURA
QUE DESEJAMOS. PARATY 2018. 
Editor e organizador; Eduardo
Lacerda.   Ilustração e projeto gráfico:  Fernando Mathias. 
São Paulo: Patuá, 2018.  358 p.    13,5 x 20, 5 cm..   
ISBN 978-85-8297-614-2   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

         Fauvista

 

 

Comigo é tiro, porrada e bomba.  Chego chegando,
dou as cartas todos os dias.  Em guerra e paz, determino
começos e fins.  Os meios pulsam fluidos que carrego. Ou
que me expulsam quando escarra, menarca e goza. Desbo-
to mortes e cicatrizes.

        Embarco sonhos e promessas da língua que retira
manchas no canto da boca após a taça sorvida. Do batom
sobre a pele branca, combinando com o salto, dos bati-
mentos da excitação, do esmalte Mulher Maravilha, nova
coleção. Da gira da sexta, rosa atrás da orelha.
Sou venerada. Amantes me chamam puta.  Sou ma-
triz, não há como fechar os olhos. Vida e  mundo orbitam
ao meu redor. Da cor de Cristo às carnificinas. Das entra-
das dos centros de lazer aos tapetes das premières, putas
assumidas e enrustidas preferem tons de xadrez flane-
lado da camisa de manga comprida. Rubra, vinho, magen-
ta em febre.  Elemental fogo, convido costelas expostas de toureiros. Olé...
Olé... Dou baile, se você quiser
.

 



Ebulição

       De todas as vontades, ânsia.
De todas as verdade, nenhuma lembrança.
De todas as saudades, agora.
Para formar o instante, recomeços.
Para encontrar caminhos, tropeços.
Respiro, cambaleio no meio-fio do desalinho.
Retomo, organizo, esqueço.
Descontruo enquanto envelheço.
Para continuar resistindo, presente em tudo.

 

 

 

Página publicada em agosto de 2019,


 

 

 
 
 
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