PIEDADE BARBEDO
Estudou na Casa de Portugal, no Rio de Janeiro.
EU TERRA
Fui bela
Fui fogo aceso
Fui água pura
Fui gelo
Fui onda
Brilhei erguida
Passei...
Na prova da vida!
Fui mar
De olhar azulado...
Montanha verde
Fui prado...
Mas hoje:
Sou só:
Estrela caída!
TRANSIÇÃO
Badala o sino da esperança...
Estremece o berço da infância
Cresce a ciência e a criança
E a fome fala em bonança...
Desanda a escala... e balança
A febre sobe e a onda avança...
“cresce a ciência e a criança”
Badala o sino da esperança...
SOLIDÃO
É vaga amarga que enlaça
É onda que enrola e traça
É silêncio, indiferença
Que até anula uma crença...
É céu nublado de inverno
Que tem sabor a eterno...
É a procura da razão
Vazio no coração...
É uma ausência que flui
Porque nada, nem ninguém
substitui...
POEMA
E que o mar se levante em pranto...
E que o sol fique pálido e branco...
Que o vento estremeça de espanto
Vou querer-te em meus braços enquanto
Os teus braços me sirvam de manto...
RAÇAS
Que, não se afoguem os laços
Nas longas... onda do mar,
Tantas... e tantos os passos
Unindo... peitos, em abraços
Sabe melhor... misturar!
Poemas extraídos da II ANTOLOGIA DE POETAS LUSÓFONOS.
Leiria, Portugal: Folheto Edições & Design, 2009.
Página publicada em março de 2020
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