PAULO REIS
Paulo Reis, poeta e formado em Letras pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, é natural de São José do Ribeirão, Bom Jardim - RJ, 1964. Reside em Nova Friburgo desde 1985.
Em 2003, sua poesia Friburgo foi recitada na abertura do desfile cívico-militar em comemoração aos 185 anos da cidade. A Câmara Municipal o concedeu, por unanimidade, Voto de Congratulações; e em 2007, participou como poeta convidado da revista Academia, edição comemorativa dos 60 anos da Academia Friburguense de Letras. Seus versos também estão inscritos no Memorial do Professor, inaugurado em 2008, na Praça do Suspiro, nesta cidade. Tem poemas publicados em coletâneas, e-book, jornais e websites.
Aqui uma mostra inicial da obra do jovem poeta.
O HOMEM E A TERRA
Forneces-me o alimento
Devolvo-te o excremento
Cuspo e te piso
Corto tuas veias
E bebo o teu sangue
Arranco teus membros
Visto-te com roupas impermeáveis,
Impedindo que te banhes e respires.
Mas suportas calada!
Porque sabes que um dia
Render-me-ei a teus pés,
Vestindo o que te arranquei,
Para que me engulas.
Então, serei pó
E como pó,
Sentirei o que sentes!
FRIBURGO
Entre cascatas e serras
Tenho o verde e puro ar
Do Pico da Caledônia
De longe eu vejo o mar.
O poço é feio
Mas muita gente vai pra lá
A noiva está sempre bela
Sem nunca desencantar.
O cão espera sentado
A quem queira lhe visitar
Se a Suíça é brasileira
É porque aqui é melhor que lá.
A produção de horti-fruti
Leva o verde a muitas mesas
A capital da moda íntima
Toca o íntimo e traz riquezas.
O teleférico no Suspiro
Faz a gente suspirar
Com a vista panorâmica
Que encanta o olhar.
A praça Getúlio Vargas
Deslumbra por sua beleza
É o coração da cidade
Em meio à natureza.
POEMA COM GOSTO DE SANGUE
Os fogos
de sacrifício
invadem
entranhas.
É noite
de sem joão.
O céu
fica todo apagado...
E a cidade,
cega,
surda,
muda,
acompanha.
QUADRO
Sou um quadro
inacabado
pintado pelo tempo.
Obra que não verei
concluída.
COLETÂNEA VIAGEM PELA ESCRITA.Vol. VIII - Homenagem ao escritor Tanussi Cardoso. Org. de Jean Carlos Drumond. Volta Redonda, RJ: PoetArt Editora, 2021. 104 p. Apresentações por Jean Carlos Gomes, Álvaro Alves de Freitas, Anderson Braga Horta, Antonio Miranda, Ricardo Vieira Lima, José Eduardo Degrazia, Gilberto Mendonça Teles, Cláudia Brino & Vieira Vivo, Carmen Moreno, Christovam de Chevalier.
Ex. bibl. Antonio Miranda
PERFIL
Para Tanussi Cardoso
Existe o ser
humano
desumano
o que faz chacota
com o que lhe é chicote
o que é serpente
à espreita do bote
o que é pássaro
e passeia no céu.
FANTASIA
Meu pensamento cego
a vadiar procura
a noite escura
desse seu olhar...
Beber veneno
em sua carne impura
morrer de amor
e me purificar.
ENIGMA
Moro dentro
de mim
numa rua
sem saída
e nela
habita também
a esperança
e o fim
da vida.
*
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Página publicada em fevereiro de 2022
Página publicada em fevereiro de 2009
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