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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

NELSON DE ARAUJO LIMA

 

Nasceu no Rio de Janeiro  em 25 de Janeiro de 1903. Funcionário público federal, lotado na Ministério da Marinha. Conhecido como o “Poeta da Aviação”. Foi colaborador de inúmeros Jornais e Revistas da Capital e Interior.

Bibliografia: “Remígios” (poemas da aviação) 1933; “Símbolos” 1934; “Iluminuras”; “Prelúdios de outono” 1942. 

De
Nelson de Araujo Lima
REMÍGIOS (Poemas da Aviação)
I. ASAS DO BRASIL  II. SALMOS  III. OUTROS POEMAS
3ª. edição (revista e muito aumentada)
Rio de Janeiro: Coeditora Brasília (Cooperativa), 1943.  132 p

 

ASAS DO BRASIL

Vejo-as em pleno azul !... Asas soltas ao vento,
Em remígios triunfais nas manhãs luminosas !
São asas do Brasil que pelo firmamento
Adejam majestosas !

Vendo-as nessas manhãs, vai meu olhar com elas,
Seguindo-as pelo azul puríssimo, sem véu ...
Banhadas pela luz do sol, como são belas
As asas do Brasil abertas neste céu !

Vendo-as, vejo florir o ideal condoreiro
De Sevéro e Gusmão, irmanados os dois
Pelo sonho imortal que sonharam primeiro,
E que foi por Dumont realizado depois !

Vendo-as, sinto aumentar em meu peito que encerra
Um amor infinito ao Brasil todo inteiro,
A aventura sem par, de nascer nesta terra
E esse orgulho que sinto em nascer brasileiro !

Ei-las que na amplidão, pairando nas alturas,
Por sobre a terra e o mar desta pátria gentil,
Aumentam-nos a fé nas conquistas futuras
Das asas do Brasil!

 

REVOADA ANSIOSA

Da guerra, em revoada, o dia inteiro
E a noite inteira a morte ronda e esvoaça...
Ora entre asas de um negro bombardeiro,
Ora no fogo que vomita um caça !

Pela desgraça paga-se a desgraça
Segundo as leis do espírito guerreiro!
E a terra se transforma num braseiro
Logo depois que uma esquadrilha passa !

Não sei, Senhor dos céus, como consentes
Que, com culpados, tantos inocentes
Sofram as mais terríveis provações,

É de esperar, porém, que, por tua Glória,
Vejamos, breve, as asas da Vitória
Em revoada de Paz sobre as nações !

Setembro de 1943


DESEJO DE ÍCARO


Águia ! Dá-me o teu voo soberano,

Arrojado ao esplendor da imensidade,
Simbolizando o sonho e a liberdade
Nesse amplo reino das constelações !
Meu corpo se tivesse as tuas asas,
Unidas, soltas pelo azul profundo,
Conseguiria abandonar um mundo
Amortalhado por desilusões !

 

 

Extraído de

 

ALBUM DE POESIAS.  Supplemento d´O MALHO.   RJ: s.d.  
117 p.  ilus. col.  Ex. Antonio Miranda

 

Página publicada em julho de 2011; ampliada em março de 2019



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