NAILA RACHID
Naila Rachid, nasceu no Rio de Janeiro, médica, pela Faculdade de Medicina da UFRJ, 1978
formação em Psicanálise, com estudo de Freud, Lacan e da Nova Psicanálise,
de M, D. Magno
realizou Kino Móbile, uma montagem fotopoética, com fotografia
de Marcos Bonisson, em 1991
seu livro Sedo de Futuro Tecido recebeu o Prémio Carlos Drummond de Andrade,
da Fundação Carlos Drummond de Andrade, Itabira, MG,
1995 (Ed.Sette Letras, 1996)
participou nas publicações
Poesia Sempre, Fundação Biblioteca Nacional, RJ, dezembro, 2002
Parques do Rio de janeiro, coordenação de Renato Rezende e fotografia
de Beto Felício (Produção ECO-RIO, 2000)
Suplemento Literário de MG, janeiro 1998
jornal Rio Artes, Secretaria Municipal de Cultura-Rio Arte, 1997,2000
Poésis Literatura, Petrópolis, RJ, 1997,1998
outros percursos
oficina de Roteiro para Cinema eTV, com o roteirista e cineasta Orlando Senna,
Tempo Glauber RJ (abril-dezembrol991)
oficina de Texto e Imagem, com os artistas LuizAlphonsus e Ricardo Basbaum,
EAV, Parque Laje, RJ, (janeiro-fevereiro 1992)
oficina de Teatro, com a atriz diretora Guta StresserTeatro Dulcina, RJ,
(maio-novembro 1999), com a montagem de Sonho de uma Noite de Verão,
de Shakespeare, aberta ao público
curso teórico de dramaturgia, com o escritor e dramaturgo Alcione Araújo,
PUC-RJ (abril-junho 2000)
workshop de Teatro, com o diretor e dramaturgo Gerald Thomas,
Espaço Cultural Sérgio Porto (2000)
RACHID, Naila. N´agorainda. Rio de Janeiro: Circuito,2014. 144 p. illus. p&b 14x21 cm. “ Naila Rachid “ Ex. bibl. Antonio Miranda
deslimite
— ira somente ira
estirando longínqua fantasia
por entre as mãos quadros quase
legendas de uma pele
— corta!
rouba a cena breve
breve adeus imita
decreta a mentira
— tudo é mentira
senão afirma
cativa ira
chispa chispa adivinha
serpentina câmera no chão
dispara a saudade
danação do tempo
nas mãos quase película
flagrante um dom persiste
em algum lugar do tempo
quando reina a hora da aposta
— Salve!
demais se declama a alegria
e por um fio seda seu timbre
impresso habita
alguém um espelho
vivo vestido em azul noite
numa pintura arregalante
faísca a menina
dos olhos — do poema a ênfase
sobressaltando em canto estupendo
— uma plúmula
a voz de sua audácia
que longiva inflama
num reflexo de cor
— Mais Musical
para miluma fadas sua deliração
encarnada sobrevêm
herdeira do era uma vez
a menina de futuro tecido
para Lahia Rachid António,
uma divAlegria
in memoriam
POESIA SEMPRE. Revista semestral de poesia. Ano 10. Número 17. Dezembro 2002. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Departamento Nacional do Livro, 2002. 260 p. ilus. col. Editor geral Marco Lucchesi. ISSN 0104-0626 Ex. bibl. Antonio Miranda
Entrementes
para Marco Lucchesi
Alhures um prenúncio
conflagra
a todo transe
movediça Jerusalém
inda signos inda
suas fogueiras proferem
— Tudo são Todos
peregrino o Livro do Mundo
inventalíngua capitula
um políssimo
— És-me
diante
faustino talismã
rabesco sobre rabesco
Rara atualidade
para Antonio Sérgio Bueno
À procura
dia noite e
vida ferina ruga
faz sina
tarda nunca nunca
e atrai
única lavra
pá contínua
delírio ou beijo
indiferente
a garra entrama
cara criatura
— ah! plumabela
cisma
brusco traço
toda via
delicado rito assaz
orgia
entrelinhas
rubro matiz carrega
a última tule
antes miniatura
trêmula carne
ruma
Página publicada em agosto de 2015; ampliada em agosto de 2018
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