Foto: http://www.zeronaldo.com/
MARTA BONIMOND
Martinha é poeta, professora, bailarina, coreógrafa e fisioterapeuta. Estudou na IFCS/ UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mãe do Pedro Bento e do Juca. Carioca, iniciou nas performances poéticas no CEP 20.000 (RJ). Em Brasília (DF) atuou no projeto "Poesia para todos", do Coletivo de Poetas, trabalhou no Hospital Sarah Kubitschek, fez mestrado e doutorado na UnB-Universi-dade de Brasília e dirigiu a Cia. de Rodas (Dança Contemporânea). É coautora de Mais Uns (1997) e de FINCAPÉ (2011), do Coletivo de Poetas. Publicou 30 (poesia). Retornou ao Rio de Janeiro. "Sinto saudade dos amigos do coração e do cheiro de capim do Cerrado do Planalto Central".
TEXTO EM PORTUGUÊS - TEXTO EN ESPAÑOL
LINGUAGENS – LENGUAGENES /Edição bilíngue Português / Español. organização Menezes y Morais; tradução Carlos Saiz Alvarez, Maria Florencia Benítez, Lua de Moraes, Menezes y Morais e Paulo Lima.. Brasília, SD: Trampolim, 2018. 190 p. (7ª. coletânea do Coletivo de poetas) ISBN 978-85-5325—035-6. Ex. bibl. Antonio Miranda
FAZ MAL NÃO... FICA ASSIM, SIM
não não sim sim não não
sou carioca cara de pau
todo mundo aqui nota meu sotaque
e pensa que tô dando mole
quando é só o segundo
dos dois beijinhos da face30
minha poesia precisa de...
minha poesia precisa
minha imprecisa
pérfida
fétida
lépida
intrépida
minha poesia aos berros no meio da Avenida Paulista
minha poesia quer um carimbo
uma certidão um beliscão que diga que ela exista
minha poesia no planalto imita behr minha poesia no rio vem respirar... maresia
lá também dói ah! se dói
principalmente aos sábados
e mormacentos domingos ao longo da orla
minha poesia queria ser um grito
mas trava na garganta
e no mais puro escândalo
vomita tinta de tudo-quanto-é-matiz
quer-por-que-quer mas bem sabe
que nunca vai ser feliz
TEXTO EN ESPAÑOL
Martinha es poeta, profesora, bailarina, coreógrafa y fisioterapeuta. Estudió en IFCS/UFRJ-Universidad Federal de Río de Janeiro. Madre de Pedro Bento y de Juca. Carioca, se inició en las performances poéticas del CEP 20.000 (Río de Janeiro). En Brasilia (Distrito Federal) actuó en el proyecto Poesía para todos, del Colectivo de Poetas, trabajó en el Hospital Sarah Kubitschek, hizo maestría y doctorado en la Universidad de Brasilia y dirigió la Cia. de Rodas (danza contemporánea). Es coautora de Mais Uns(1997) y FINCAPÉ (2011) del Colectivo de Poetas. Publicó 30 (poesía). Retornó ao Río de Janeiro. «Siento nostalgia de los amigos del corazón y del olor a capín del Cerrado del Altiplano Central».
NO HACE MAL... SE QUEDA ASÍ, SÍ
no no sí sí no no
soy carioca caradura
todo el mundo aquí nota mi deje
y piensa que me estoy insinuando
cuando es solo el segundo
de los dos besos en el rostro
mi poesía precisa que...
mi poesía precisa
mi imprecisa
pérfida
fétida
rápida
intrépida
mi poesía a berridos en medio de la Avenida Paulista
mi poesía quiere un marchamo
un certificado un aguijón que le diga que exista
mi poesía en el altiplano imita a behr
mi poesía en río viene a respirar... mar y sal
allá también duele ¡ah! si duele
especialmente los sábados
y los bochornosos domingos a lo largo de la orilla
mi poesía querría ser un grito
pero se traba en la garganta
y en el más puro escándalo
vomita tinta de todo-lo-que-es-matiz
quiere-porque-quiere pero bien sabe
que nunca va a ser feliz
Página publicada em janeiro de 2020
|