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Sobre Antonio Miranda
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MÁRIO DA SILVA BRITO

 

 

Nasceu em Dois Córregos (SP), a 14 de setembro de 1916.
Poeta, crítico, ensaísta, jornalista e historiador literário.
Atuou em várias editoras, chegando a diretor da Civilização Brasileira.
Em 1976 recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Associação Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. 

Crítico literário, ensaista e poeta, notável também por seus estudos do Modernismo brasileiro. 

 

Veja também: POESIA VISUAL de Mario da Silva Brito (Concretismo)

 

 

 

POEMAS

extraídos de

Suíte em Dor Maior

 

 

FACES DO ESPELHO

 

4

Por mares

(ou males)

sempre andei.

 

Á deriva

ao deus-dará

de déu em deu

não quis astrolábio

bússola

rosa dos ventos

estrela-d`alva

mecânicos inventos

ou guias celestes.

 

Para minhas rosas

(ou derrotas)

bastaram-me lábios

olhos, ventres, vulvas

­‑ grutas ocultas

entre os sargaços

das coxas.s

 

Jamais busquei

porto seguro.

Sou náufrago

por destino

e desatino. 

 

 

EPIGRAMAS FUNERÁRIOS

 

1

O grande homem,

por maior que seja,

cabe sempre em cova

bem pequena.

 

2

Aqui estou

mas não sou.

 

 

3

Em vida fui estéril:

Agora de mim

nascem flores.

 

6

Se gravarem

nesta estela

uma estrela

eu me iluminarei

dela.

 

17

Não chorem por mim

Aqui.

Antes o fizessem

quando errei

por aí.

 

21

Morri virgem e bela

do amor nada provei.

Até agora não sei

se foi acerto ou erro

guardar-me intocada

para o nada.

 

24

Tanto supliquei

pela morte

que afinal

a conquistei.

 

Falta agora

última benesse,

a principal:

o esquecimento

total,

para a morte

cabal.

 

 

 26

Para que se torne

nosso lar,

doce lar

em sossego,

ao cemitério

devia ser

proibida

a entrada

de vivos.

 

29

Não me pensem triste

por estar aqui.

Mais triste eu era

ao andar pela terra.

 

32

Em vez do tálamo

o leito sepulcral.

envolve-me lençol exangue

sem mancha de sangue. 

 

 

 

 

 

OS SONETOS. AntologiaSão Paulo:  LR Editores, Banco Lar Chase, 1982.  237 p.   }
22 x 28 cm. Capa e ilustrações de Percy Deane.   Encadernado. Edição Especial Banco
Lar  CHASE.    Ex. bibl. Antonio
Miranda  

 

 

 

 

SONETO DE OUTUBRO

 

Ainda arrancarei os teus olhos para ofertá-los às bonecas. Deixarei também que a locomotiva te divida em duas:
a metade mais sangrenta será a dos peixes afoitos
e a mais pálida caberá aos pássaros sem voz e amor.

 

Dos teus cabelos, sejam de ouro ou de cinza, nada quero.
Mas as mãos e os dedos ficarão nas árvores ressequidas
ou em vasos suspensos sobre janelas de prisioneiros
até que o amante em soluços espalhe nuvens em teu ventre.

 

As blasfémias que sei virão de teus lábios sem deuses
E a tua boca se manchará de outros pecados além dos beijos

na hora em que o Zodíaco vigilante estiver narrando o tempo.

 

Ao fim de tudo, quando chover sangue e houver lua de mortos,

ou talvez numa tarde de metal em fogo e céu de vingança,

um camponês de pedra roteará meu corpo como um campo  
fecundo.

 

 

 

 

AN INTRODUCTION TO MODERN BRAZILIAN POETRY. Verse translations by Leonard S. Downes.  [São Paulo]: Clube de Poesia do Brasil, 1954.  84 p.   14x20 cm.  “ Leonard S. Downes “ Ex. Biblioteca Nacional de Brasília.

 

 

INTERMEZZO WITH PSYCHOLOGY

 

I no longer love you, old world,

as I did in the beginning.

 

I no longer love you, ancient, worldly world,

as in those distant days that memory seeks in vain:

the tired eyes already know all melancholy b heart,

not because they have lived too much,

nor on account of their great experience;

the reasons are not explainable, of course,

for poetry does not permit it, poetry does not wish it.

 

O ancient, filthy world, I no longer love you

as I did in the beginning:

perhaps because my nomadic blood is coming out,

inviting me, calling continuously,

saying that our place is a long way off

in a mysterious country that men and nations fear,

among the fish in the bosom of the waves,

together with those who once were present,

those others, now dissolved, without number, in the vast

                                                                               ocean

beside the phantom ships and rotting hulls,

aground in the narrows,

visited only wby phosphorescent monsters.

 

(Warning that comes from the ruins wrapt in mist

on the quays, on the shores, in the bays and narrows)These others advise desertion   

and call for an army of suicides for the unknown

                                                           [corners of death

The volunteers stand forward awaiting the call of poetry.

 

 

 

 

 

 

Página ampliada em setembro de 2020

 

 



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